Cerca de 3.500 profissionais brasileiros estiveram no SXSW 2024. O evento, que pode ser considerado o maior festival de inovação do mundo, mistura palestras de educação com as de tecnologia, reúne artistas, músicos, fala de publicidade, de saúde mental e de psicodélicos. Com nada menos do que 24 trilhas de conteúdo, é quase impossível acompanhar tudo que se fala (e se ouve) do evento. Para aterrissar alguns dos temas mais falados deste ano, a reportagem de UOL Mídia e Marketing perguntou a 11 executivos e executivas que estiveram em Austin, no Texas, o que o realmente fica do SXSW para o dia a dia de cada um, que pode ser efetivamente usado neste ano, pelas suas empresas. Aqui, na newsletter, destacamos 4 respostas. Já nesta reportagem de UOL Economia, colocamos a íntegra das 10 respostas, que possuem a participação de Camila Costa, da ID/TBWA; Glaucia Montanha, da Artplan; José Saad Neto, da GoAd Media; Marcelo Rizério, da Euphoria Creative; Potyra Lavor, da ID Works; Regina Augusto, do CENP e Ricardo Sales, da Mais Diversidade. Confira os destaques —abaixo, ainda estão as reportagens publicadas por Tilt, o canal de tecnologia do UOL, que esteve no evento. André Kassu, chefe de criação e sócio da agência CP+B "A maior lição que levo, veio da conversa do jornalista Josh Constine com um dos vice-presidentes da Open AI e diretamente responsável pelo Chat GPT, Peter Deng. Constine deu aula ao lembrar da importância de se fazer as questões certas, de trazer e apontar os incômodos com precisão, sem perder a elegância. Se, na era da inteligência artificial, fazer as perguntas ganha ainda mais importância, Josh deu uma lição de questionamento. E a maior prova disso é que em uma das perguntas feitas ("Os criativos serão recompensados na era da IA?"), Peter Deng, mesmo com todo o media training que já fez, não soube como responder. "Question the question". É isso é o que levo para as equipes." Ian Black, CEO da agência New Vegas "Para a minha empresa, levarei do SxSW três grandes temas em formas práticas: em primeiro lugar, o desenvolvimento da Inteligência Artificial para capacitar times, aperfeiçoar processos e aumentar e melhorar nossos produtos e serviços. O segundo ponto são as questões relacionadas à gestão de times de forma remota e com foco em alta performance e bem-estar. Por último, mas não menos importante, é como trazemos uma abordagem ainda mais radical de como pessoas da sociedade civil contribuem para aperfeiçoar o que nossos clientes entregam." Igor Puga, ex-CMO do Santander "A coisa mais rica que vi aqui, e que possui um paralelo com o Brasil, foi um painel específico sobre os Estados Unidos estarem divididos político e ideologicamente, entre republicanos e democratas. Heather Malenshek, CMO da cooperativa agrícola Land O'Lakes, usou isso como exemplo para falar que existiria uma 'potencial união' entre o mundo rural (e agro) e o povo cosmopolita (e urbano). Aquilo era um gancho muito positivo para a marca dela, que poderia mostrar o quanto existe uma interconexão entre as partes. Achei um insight muito bom de como será, de fato, preciso construir comunicações que, em vez de fugirem dessas situações, demonstrem que elas são transversais. A gente sempre trata esse assunto cheio de dedos no Brasil. Em vez de contornar, dividir ou fazer coisas perigosas no âmbito da comunicação, o ideal é construir campanhas, linguagem e comunicação que absorvam os dois lados. E, sim: eles podem conviver em um material publicitário, em uma estratégia de produto." Lucas Reis, CEO da Zygon "Me chamou muita atenção a oportunidade (ou o desafio) que existe em 'localizar' a inteligência artificial para o contexto brasileiro. É claro que o ChatGPT e outras ferramentas populares se saem bem na produção e análise de textos e áudios em português formal, bem como de vídeos e imagens de estereótipos mais comuns de um brasileiro. Mas, para termos aplicações de massa (imagine uma IA que consiga entender áudios enviados por WhatsApp pelos 21 milhões de beneficiários do Bolsa Família, por exemplo), é preciso capturar nuances fonéticas e contextos semânticos específicos de determinadas regiões (até de bairros, às vezes) e essa é uma barreira a ser vencida para a plenitude do uso da IA no nosso país. Um diagnóstico sobre este desafio foi apresentado pelo engenheiro Marcellus Amadeus, único brasileiro na trilha de IA do SXSW 2024. Sua apresentação mostrou que faltam bases de dados, modelos de indexação e capacidade de processamento para treinar uma IA plenamente contextualizada para o Brasil. E, infelizmente, a falta destes recursos tendem a limitar bastante as aplicações de inteligência artificial em nosso país." |
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