Bom dia!
Em dias de noticiário fraco no mundo, que já está em ritmo de feriado de Páscoa, o Japão ganha a atenção dos investidores. É que a moeda do país caiu ao menor patamar frente ao dólar em 34 anos. A janela de tempo é simbólica porque a bolsa de Tóquio está no maior patamar em 34 anos.
Acontece que investidores não esperavam nova desvalorização do Iene. Na semana passada, o banco central japonês encerrou a política de juros negativos que se estendeu por mais de uma década, isso após a inflação finalmente se consolidar no campo positivo, com uma ajuda da Covid e da guerra na Ucrânia.
A subida de juros deveria estancar a desvalorização da moeda. A chave desse argumento está na forma como investidores movem dinheiro ao redor do mundo, sempre baseados nas diferenças de taxas de juros entre os países. O gap de rendimento entre o dinheiro no Japão e nos EUA deveria diminuir, elevando relativamente a atratividade do mercado japonês. Mas, finda a política de juros negativos, investidores começaram a apostar que as novas subidas na taxa serão graduais. E isso num cenário em que as três quedas dos juros nos Estados Unidos para este ano estão novamente em xeque.
Por outro lado, a bolsa de Tóquio voltou a subir, acompanhando o bom humor internacional nesta manhã. O sinal também é positivo na Europa e nos futuros americanos.
Na contramão vai a China, com queda nos índices CSI e Hang Seng, associada a uma baixa nas ações de tecnologia do país. A queda é também um exemplo anedótico do pessimismo geral com a economia chinesa. Nem mesmo a divulgação de que o setor industrial fechou 2023 com lucro foi o bastante para empurrar as bolsas.
Já o Brasil continua ocupado com dilemas domésticos. Ontem, a ata do Copom mostrou que os diretores do BC estão preocupados com a alta dos salários e o impacto que ela pode ter sobre a inflação futura. Essa foi a explicação para mudar a forma de condução da política monetária a partir das próximas reuniões.
Nesta quarta, então, investidores vão se debruçar sobre os dados de trabalho do mercado formal, contabilizados pelo Caged. Eles querem saber como vai a evolução dos salários para reajustar as expectativas, isso após o IPCA-15 de ontem ter vindo acima das estimativas de economistas.
Enquanto isso, a bolsa brasileira continua empacada. Pelo segundo dia seguido, o Ibovespa fechou praticamente estável, mas com viés negativo (-0,05%). Não há cotação para o EWZ nesta manhã, mas os negócios com Vale (-0,08%) e Petrobras (+0,07%) no pré-mercado indicam que a estagnação pode continuar. Bons negócios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário