No dia em que a investigação sobre o assassinato de Marielle completou vergonhosos seis anos sem conclusão, foram vistos avanços. Conforme revelado por Aguirre Talento e Graciliano Rocha, a PF encaminhou o caso ao Supremo, indicando que há envolvimento de algum suspeito com direito a esse foro, como um parlamentar federal. Leva a crer também que a delação de Ronnie Lessa pode ter sido aceita. Talvez, como disse o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, esse episódio horroroso da história brasileira esteja próximo do fim. Infelizmente, na véspera, o Brasil que releva até os crimes mais brutais para reafirmar suas taras ideológicas deu as caras. Para achincalhar "feministas", o deputado federal Éder Mauro (PL-PA), depois de fazer uma comparação descabida do caso com o ataque terorrista do Hamas, bradou, em pleno Parlamento, que "Marielle Franco acabou, porra. Não tem porra nenhuma aqui". Reinaldo Azevedo, em vídeo, usa Schopenhauer para desmontar a, bem, "lógica" do ilustre parlamentar (pré-candidato bem cotado a prefeito de Belém). Merece muito ser assistido. E Leonardo Sakamoto pensa sobre o problema de como abordar essa patologia da política brasileira: "Isso se coloca como um desafio ao naco racional da sociedade: como criticar as declarações violentas de deputados, mas não dar a eles o palanque midiático que tanto querem para alçar voos políticos? Enquanto isso, o grotesco, o bizarro e o surreal continuam tendo sucesso". Triste. |
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