Nesta semana foi publicado o relatório "Artificial Intelligence Index 2024". Trata-se de uma referência quando o assunto é inteligência artificial (IA). Por isso, o colunista Diogo Cortiz, de Tilt, selecionou os quatro pontos principais do documento de 2024 que estão conectados às pesquisas feitas por ele e são úteis para entender melhor o cenário global da IA. Precisa de muito dinheiro para dominar a IA. MuitoA concentração de poder é um problema sobre IA. Hoje, os principais sistemas estão concentrados em pouquíssimas organizações localizadas especialmente nos Estados Unidos. Nos últimos anos, o investimento em IA generativa foi turbinado por grandes expectativas e promessas. De 2022 para 2023, os investimentos cresceram quase oito vezes, alcançado investimento de US$ 25,2 bilhões. Essa enxurrada de dinheiro é necessária porque o treinamento dos modelos está ficando cada vez mais caro. A competição acirrada força as empresas a buscarem modelos maiores e mais complexos para garantir boas posições nos principais rankings de desempenho de IA. A competição global tem um favorito, mas outros correm por fora Os EUA dominam o investimento em IA. Mas qual a distância para o resto do mundo?Em 2023, os investimentos em IA (não apenas IA generativa) nos EUA atingiram a marca de US$ 67,2 bilhões, quase nove vezes mais do que a China, segunda colocada em investimentos. A posição da União Europeia na cena global da IA chama atenção. Apesar da União Europeia estar atrás da China em investimentos, a região se posiciona em segundo lugar quando são avaliados os modelos que lideram nos rankings de IA. Em 2023, 61 modelos dos mais importantes tinham origem em instituições dos Estados Unidos, 21 da União Europeia e 15 da China. O que explica essa tração na União Europeia é uma base de pesquisa bem estabelecida, inclusive com laboratórios de várias bigtechs espalhados pela região, o que fortalece o ecossistema de pesquisa e desenvolvimento. Outro fator importante é o movimento de código aberto, uma das grandes apostas na União Europeia. Por outro lado, a China domina a robótica industrial. O país ultrapassou o Japão em 2013 como o líder no uso de robôs usados para construir as fábricas — e produtos — do futuro. Indústria x Academia: quem gera mais conhecimento?Enquanto o setor acadêmico contribui majoritariamente para as publicações sobre IA, com quase 81% dos artigos publicados, a contribuição cai drasticamente quando falamos dos modelos de IA. Em 2023, a indústria foi responsável por desenvolver 51% dos modelos de IA, enquanto a academia ficou apenas com 15%. Outros 21% dos modelos foram resultados de colaborações entre as universidades e a academia. A IA pode trazer muita produtividade para o seu dia a diaDe acordo com o relatório de Stanford, existem muitos estudos mostrando o impacto da IA no mercado de trabalho, demonstrando que as ferramentas disponíveis podem ajudar as pessoas a completarem suas atividades mais rapidamente e com mais qualidade. Muitos dos estudos demonstram também que a IA tem potencial para diminuir o abismo que existe entre os trabalhadores mais e menos qualificados enquanto aumenta as capacidades de ambos grupos. As evidências são importantes para que possamos pensar no Brasil em políticas públicas de letramento em Inteligência Artificial no Brasil não apenas para promover o desenvolvimento da IA localmente, mas também para prepararmos a população para habilidades do futuro que, na verdade, já são necessárias hoje. |
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