Há um novo coach no concorrido mercado de coach's. Ou melhor, dois. Suspenso provisoriamente por doping e sem parecer acreditar muito na absolvição, Thiago Braz agora oferece mentoria pelas redes sociais. Ana Paula, a esposa dele, também. Por enquanto, o astro do atletismo brasileiro não está tendo sucesso. O vídeo "casado" em que eles dão dez dicas para transformar sua vida em 90 dias, por exemplo, teve um só comentário. Entre as dicas está: "Não assista pornografia", "Esposição diária ao sol (10 a 30 minutos)" e "Durma 8 horas por noite", o que é uma recomendação impossível para quem tem um bebê em casa. Ao fundo da lista, uma foto deles empurrando um carrinho de bebê. Esta não é a única contradição de Thiago na nova função. A oitava recomendação é: "Suplementação (se necessário)". Pois teria sido exatamente fazendo suplementação que Thiago Braz teria caído no doping, em uma contaminação — ao menos é o que ele alega, pelo que a coluna apurou. Essa suspensão transformou a vida de Thiago em menos de 90 dias. Ele havia acabado de se mudar da Itália, onde treinou praticamente a carreira inteira sob o comando do ucraniano Vitaly Petrov, para a Grécia, para trabalhar sob a supervisão de um novo treinador. Isso foi tema de newsletter em junho passado. Dias depois, a notícia de que o duas vezes medalhista olímpico havia testado positivo para ostarina, e que a AIU, órgão antidoping do atletismo, havia o colocado em suspensão provisória. Desde então, tudo é segredo. A empresa familiar de Neymar, que continua o agenciando, diz que não tem nada a comentar. O próprio Thiago não responde aos contatos, assim como seu advogado, Marcelo Franklin. Inicialmente, Thiago foi tirado de cena. Voltou em 1º de abril, já no modo coach, com longas lives diárias de "mentoria" e um grupo de Whatsapp gratuito, que ontem à tarde tinha 24 participantes atrás de conselhos como o da legenda de um vídeo de uma semana atrás: "beba mais água". Não há ali nenhuma referência ao fato de que Thiago é um atleta proibido de frequentar ambientes esportivos, que aguarda um julgamento previsto para o início de maio. A fase "coach", aliás, coincide com a marcação desse julgamento. O saltador, de 30 anos, até poderia estar frequentando academias para manter a forma. Foi o que fez Rafaela Silva, por exemplo. Quando liberada para treinar judô e competir, estava voando fisicamente. Para Thiago seria muito mais difícil, porque a prova dele é absolutamente específica, e não se treina em qualquer lugar. À coluna, o COB disse que a CBAt mantém o comitê atualizado sobre Thiago, que está em atividade através de "um programa de treinamento específico", mas que cancelou os pagamentos ao técnico Mitchell Krier após o anúncio da suspensão. A menos de três meses da Olimpíada, se quiser ir a Paris, ele precisaria ser inocentado (ou receber uma pena menor do que a que já cumpriu) e correr para fazer o índice olímpico de 5,82m até 30 de junho. Pelo ranking de pontos já era, já que ele não competiu desde o início da corrida olímpica. |
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