Bom dia!
Investidores têm mostrado que é possível olhar para as big techs de forma isolada, e não apenas como o grupo das "Sete Magnificas" que agora ditam os rumos da bolsa americana (e os humores do mercado financeiro mundial).
Ontem, a Alphabet, dona da Google, e a Microsoft divulgaram seus resultados do primeiro trimestre mostrando que a inteligência artificial têm turbinado a demanda por serviços de computação na nuvem das companhias. A Google faturou US$ 67,6 bilhões no trimestre, acima dos US$ 66,1 estimados por analistas. O lucro também ficou acima das estimativas.
Mais impressionante, porém, foi a decisão da companhia de distribuir dividendos pela primeira vez na sua história. A decisão faz as ações da companhia avançarem 11% no pré-mercado.
Empresas de tecnologia costumam reter pagamentos de dividendos,
porque os recursos são tradicionalmente usados para expansão e desenvolvimento de novas tecnologias. Pagar dividendos costuma significar que a empresa não tem destino melhor para os recursos, o que sinalizaria uma estagnação na inovação e risco de ficar para trás em relação a concorrentes. De forma alternativa, então, o mais comum é que as empresas decidam por programas de recompra de ações, esses sim mais frequentes e mais silenciosos.
Dessa vez, porém, investidores não têm dúvidas de que, após 25 anos de história, o Google tem dinheiro o bastante para fazer os dois: investir em IA e agraciar seus acionistas.
Do lado da Microsoft, uma alta de 17% nas receitas, também acima das projeções, ajudou a companhia a seguir o embalo da Google, subindo 4% no pré-mercado. Na retomada da confiança tech, até a Meta, responsável pelo pessimismo de ontem, avança.
Para além da temporada de balanços, o noticiário deve se concentrar na divulgação do PCE, o indicador de inflação usado pelo Fed para decidir o futuro da taxa de juros. Ontem, para além do efeito-Meta, a divulgação do PIB dos Estados Unidos trouxe o receio de que a inflação do país rodou acima do estimado no primeiro trimestre. O dado de hoje, então, será o teste de realidade.
Para o investidor brasileiro, a sexta começa embebido em pessimismo, com queda de mais de 1% no EWZ, o ETF que representa as ações brasileiras em Nova York. O tombo ocorre apesar do viés de alta nos papéis de Vale e Petrobras, as duas empresas que lideram o Ibovespa. Por aqui, a agenda mais importante ocorre pela manhã, com a divulgação do IPCA-15. Bons negócios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário