A pesquisadora e ativista acadêmica, como se autodefine, Carla Akotirene acaba de lançar o livro "É fragrante fojado dôtor vossa excelência", fruto de um trabalho de campo de cerca de seis anos acompanhando audiências de custódia em Salvador. Implantadas no Brasil em 2015, as audiências têm o intuito de ser um instrumento para avaliar eventuais ocorrências de tortura, maus-tratos, abusos físicos ou psicológicos, entre outras arbitrariedades na ação policial durante as prisões, mas, para a autora, têm perpetuado violações de direitos humanos. Em entrevista ao colunista de UOL Notícias André Santana, ela também enfatiza como, para ela, as audiências de custódia são a porta de entrada para o encarceramento em massa de pessoas negras e representam verdadeiras 'cenas coloniais', nas quais atores e atrizes jurídicos - juízes, defensores públicos, procuradores e policiais -, performam como se seguissem um ritual pré-estabelecido pela "ordem escravocrata". "Nessas cenas coloniais, senhores brancos arbitram sobre vidas negras, pressionados pela visão punitivista e pela opinião pública e midiática sobre a legalidade das prisões. É a palavra oral do preso contra a escrita do polícia executor da prisão em flagrante, conferido de fé pública, pois representa uma instituição, a polícia", diz. Confira a entrevista completa aqui. |
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