Naquele dia, após receber diagnóstico de depressão, a repórter Amanda Rossi preferiu voltar a pé do consultório para casa. Queria assimilar a notícia e pensar como daria a notícia para a família, para o namorado e para seus chefes no trabalho. Entrou numa farmácia para comprar o remédio de uso restrito que o médico acabara de lhe prescrever e ouviu a inexorável pergunta: - Qual seu CPF? Como outros 50 milhões de brasileiros, ela já fora confrontada com a questão inúmeras vezes. Era incômoda e inconveniente, mas ela sempre respondera, diante da oportunidade de conseguir um desconto no preço do que estava comprando. Não dessa vez. A perspectiva de que aquela informação tão sensível e íntima entraria em um banco de dados e ficaria à mercê de sabe-se lá quem para sabe-se lá quais fins era demais. Provocou em Amanda uma indignação que, anos depois, seria transformada em reportagem, faria o poder público se mexer e acabaria premiada. Bom para nós. Graças ao desprendimento (ela conta a história acima na reportagem), ao talento e à determinação de Amanda, sabemos agora onde esses dados vão parar, o que é feito deles e quem ganha dinheiro com isso. Mais até, descobrimos também que o desconto usado como arma para nos convencer a revelar os nossos CPFs é falso. Ouça já e saiba como evitar a chantagem do CPF. Assine o podcast UOL Prime. Toda semana eu converso com os melhores repórteres sobre as melhores reportagens do UOL. É grátis. O podcast UOL Prime é publicado às quintas-feiras no YouTube do UOL Prime, Spotify, Apple Podcasts, Amazon Music, Deezer e em todas as plataformas de podcast. |
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