Bom dia!
O Banco Central anunciou ontem, após o fechamento do mercado, que fará a primeira intervenção no mercado de câmbio desde o final de 2022. Acontece que ontem o dólar saltou para a faixa de R$ 5,05 – maior patamar desde outubro. Se as razões da escalada até aqui eram externas, agora fatores internos podem influenciar na alta.
A oferta do BC será de US$ 1 bilhão em contratos de swap. Segundo o próprio BC, há um motivo para a atuação. É que no dia 15 de abril vencerá um lote de títulos públicos em moeda americana, e a liquidação da transação significa que poderá haver um aumento na demanda por dólares. Em condições normais de temperatura e pressão, o mercado financeiro absorveria essa oscilação.
Acontece que o mercado não está na CNTP. Ontem, dados da atividade industrial americana mostraram expansão em março, em patamar acima do esperado por analistas. Dados robustos assustam investidores que temem, mais uma vez, o adiamento do ciclo de corte de juros nos EUA.
Por ora, as previsões medidas pelo CME Watch ainda indicam que 53% dos investidores acreditam em um primeiro corte em junho. Há uma semana, o dado era de 63%. Além disso, o percentual que aposta em manutenção da taxa subiu de 29,8% para 41%. Para o final do ano, o jogo está embaralhado. A aposta "dominante" indica que os juros americanos terminariam 2024 em 4,75%, o que dá um corte de 0,75 p.p., ou três reduções de 0,25p.p. A segunda aposta é de corte de 0,50 p.p. neste ano.
Essa mudança de expectativas atrai dólar para os Estados Unidos e pesa sobre moedas globais. Foi o que aconteceu ontem também com o real.
Não bastasse a emoção do câmbio, há ainda o petróleo. O barril do tipo brent deu um salto e é negociado no maior patamar desde outubro, perto dos US$ 90. Bom para a Petrobras, que vai avançando mais de 1% no pré-mercado e faz o EWZ andar na contramão de Nova York, cujos futuros operam em queda.
Em Wall Street, o principal indicador do dia é a divulgação das vagas abertas, que ajudam a antever como está o mercado de trabalho em geral. Será uma longa semana para os investidores. Bons negócios.
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