Bom dia!
O primeiro trimestre de 2024 foi surpreendente para as bolsas globais. O índice global MSCI diz que as ações subiram 7,7%, a maior alta trimestral desde 2019. Só no S&P 500, foram 22 dias de recordes no trimestre.
Isso tudo por uma combinação de euforia com empresas ligadas à inteligência artificial com a percepção de que a economia americana atravessará o ciclo de juros altos sem escorregar para uma recessão.
Não só nos EUA: houve recordes também na Europa e na Ásia durante o trimestre, com destaque para o Japão, que rocobrou um patamar não visto em décadas.
Daí que é inevitável pensar quais as chances reais de os principais mercados continuarem a avançar com o mesmo ímpeto no próximo trimestre. É com essa pergunta que o mês de abril se inicia.
A semana vai ser marcada pela divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos. Amanhã sai o Jolts, que mede o número de vagas abertas, quarta a pesquisa das vagas no setor privada, conduzida pela empresa de folhas de pagamento ADP, e na sexta vem o payroll, o dado oficial de desemprego. É o dado que servirá para calibrar a resiliência da economia americana frente o ciclo de juros altos.
Na sexta, os EUA anunciaram que a inflação medida pelo PCE (a referência do Fed para a meta de 2%) fechou o mês de fevereiro em 2,5% – levemente acima dos 2,4% de janeiro. Já o núcleo do PCE, que exclui preços de alimentos e energia, mais voláteis, cedeu 0,1p.p., para 2,8%.
São números que endossam um novo cenário de inflação mais controlada, em linha com as apostas do mercado de uma janela de início de queda de juros a partir de junho. O ritmo ainda é uma incógnita, já que mais uma vez o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que há um risco de pisar no acelerador e abrir espaço para um repique nos preços.
De qualquer forma, investidores começam a segunda – e abril – de bom humor. Os futuros americanos operam em alta, enquanto a Europa prolonga o feriado de Páscoa.
Além disso, a China entra no novo mês com notícias mais positivas. Dados da produção industrial do país mostram a primeira expansão em cinco meses, indicando alguma recuperação da atividade chinesa, ainda abalada pelas políticas draconianas implementadas durante a Covid. As ações subiram 1,64% no mercado asiático e ajudam na recuperação do mercado que chegou a perder mais de US$ 7 trilhões desde o pico atingido em 2021.
Agora só falta o Brasil. A bolsa brasileira ficou para trás nessa euforia global, reflexo de uma migração de estrangeiros enquanto Vale e Petrobras sofriam por uma combinação de preços mais baixos de commodities e intervenções do governo. O Ibovespa caiu 4,5% no trimestre. Nesta manhã, o EWZ avança puxado por uma alta de mais de 1% nas ações da Petrobras no pré-mercado. Que seja o primeiro sinal de novos tempos no Ibovespa. Bons negócios.
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