O governo Lula apoiou a taxação de 20% para compras internacionais até 50 dólares e decidiu elevar para 50% o abatimento das multas devidas pelas empreiteiras do petrolão.
A promessa de campanha de Lula foi "colocar pobre no orçamento e rico no imposto de renda". Mas, como o Lula real é mais amigo de empresários governistas que do povo trabalhador, seu governo aumenta imposto de pobre honesto e dá desconto a rico corrupto.
Faz até mais, na verdade. O governo Lula publicou medida provisória de socorro ao caixa da Amazonas Energia para cobrir pagamentos devidos pela distribuidora às termelétricas compradas pela Âmbar, braço de energia da J&F Investimentos, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. Os recursos do auxílio financeiro virão da conta de luz dos consumidores brasileiros, que tende a ficar mais cara em razão da ajuda de Lula à dupla que confessou ter subornado agentes públicos ao longo das gestões petistas.
A ajuda de Lula a empresários amigos é antiga, como ele próprio lembrou na posse de sua nova apaniguada na presidência da Petrobras.
Era mais barato "comprar fora"
O petista se gabou de ter rebatido desde 2003, seu primeiro ano de mandato presidencial, a tese de que era mais barato "comprar fora" sondas e plataformas. "Eu dizia: ', mas comprar fora não vai gerar emprego, não vai gerar tecnologia, comprar fora não vai gerar salário". Na verdade, comprar fora não teria gerado tanta propina. Ela foi "institucionalizada" justamente a partir de 2003, como contou o ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, em 2015.
Mas Lula, com suas patriotadas de araque, vem tentando apagar o suborno da história recente do Brasil. O mundo encantado da propaganda petista, que ele chamou de "tudo isso", ou "um sonho do povo brasileiro", "veio abaixo mais uma vez com a agorância [sic] da elite". Na verdade, a elite amiga de Lula rapinou a Petrobras, formando o clube das seis empreiteiras que se revezavam na obtenção de contratos públicos bilionários, subornando diretores e operadores de partidos políticos, inclusive do PT, como João Vaccari Neto, que agora volta a influir no local do crime.
Lula ainda tentou jogar funcionários da estatal contra a imprensa, que, em parte, noticiou os fatos sobre o maior esquema de suborno já descoberto no país: "embora eu nunca fui [sic] petroleiro, eu muitas vezes chorei de [sic] ver pela imprensa, vocês, camisas amarelas da Petrobras, sendo chamados de corruptos em restaurante aqui do Rio de Janeiro por aqueles que achavam que a Petrobras tinha sido um antro de corrupção". Isso mesmo: "achavam".
O manipulador finge que jornalistas caluniaram funcionários, quando, na verdade, o Ministério Público Federal revelou a maior parte das falcatruas de diretores indicados por Lula junto com seus amigos empresários, incluindo os da Odebrecht e da OAS, que bancaram reformas do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia.
Inversão de realidade
Ao inverter a realidade, acusando a Lava Jato de mirar o "desmonte" da Petrobras, Lula declarou que, "se o objetivo fosse de fato combater a corrupção, que se punisse [sic] os corruptos, deixando intacto o patrimônio do nosso povo". O "nosso povo" de Lula é constituído por gente como Emílio e Marcelo Odebrecht, cuja empresa está entre as sete beneficiadas com desconto do governo e tem multas bilionárias aliviadas por Dias Toffoli, indicado por Lula ao Supremo Tribunal Federal.
O método de demonização dos outros para afetação de virtude havia levado o presidente, na véspera, a demonizar até bebê resultante de estupro. Ao vociferar contra o projeto de lei sobre aborto, que teve urgência aprovada com a cumplicidade da base governista, Lula disparou: "Que monstro que vai sair do ventre dessa menina?" O ideólogo do estupro hereditário já excluiu do "nosso povo" os coitados dos fetos.
Incapaz de governar sem mensalão e petrolão, que garantiam a compra de apoio parlamentar, Lula dá cada vez mais bandeira de seu atordoamento mental. Nem os quatro diretores indicados por ele deram ouvidos aos seus ataques a Roberto Campos Neto. Eles votaram com o presidente do Banco Central pela manutenção da taxa de juros em 10,50%.
Cortar gastos, tirar o peso do Estado das costas dos trabalhadores e combater a corrupção das verdadeiras elites políticas e econômicas, no entanto, são tarefas mais trabalhosas que turbinar os privilégios dos amigos do rei, taxar os pobres e tentar reescrever a história.
O monstro de Lula no ventre da Petrobras faz falta ao presidente. Ele nunca se conformou com o aborto dos esquemas petistas.
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Felipe Moura Brasil - diretor de jornalismo O Antagonista, jornalismo vigilante |
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