Bom dia!
Vendo a Faria Lima segurar uma faca em seu pescoço, o Copom anuncia no final do dia a nova taxa Selic. A expectativa de consenso é que os juros devem subir 0,75 ponto percentual, para 12% ao ano, voltando ao nível de taxas que o Brasil vivia no fim de 2023. Há no mercado financeiro quem diga que o Copom poderia ser ainda mais duro e aprovar um aumento de 1 ponto percentual.
Isso porque na terça-feira o IBGE mostrou que a inflação fechou o segundo mês consecutivo acima do teto da meta de 4,5% ao ano, a 4,87%. Os preços subiram 0,39% no mês, levemente acima das projeções dos economistas, pressionados pela alta dos alimentos (aqui, leia-se carne) e do setor de transporte (com destaque para passagens aéreas).
Esta será a última reunião do Copom sob o comando de Roberto Campos Neto, que tem sido incensado pelo mercado financeiro. O anúncio de hoje fixará a barra para Gabriel Galípolo, a partir de janeiro, em quão agressivo na alta de juros precisa ser neste novo ciclo de aperto monetário.
Mas essa é uma decisão que será anunciada apenas depois que a B3 fechar. Antes disso, investidores terão os olhos voltados para os Estados Unidos. Por lá, o Departamento de Comércio divulga a inflação oficial do país logo mais, às 9h30. Esse é o último indicador relevante antes da decisão de juros do Fed, na próxima semana. Por lá, economistas acreditam que os preços subiram 2,7% em 12 meses até novembro, uma leve aceleração em comparação com os 2,6% registrados no período até outubro.
A ferramenta Fed Watch, da CME, mostra que as apostas estão em um novo corte de juro de 0,25 p.p., levando a taxa americana para a banda de 4,25% a 4,5%. Se confirmado, o Fed terá reduzido os juros em 1 ponto percentual neste ano, em cortes apenas no segundo semestre.
O dia amanhece com viés de alta em Wall Street, enquanto as ações na Europa também avançam. O EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, opera no zero a zero. Isso após dois dias de alta do Ibovespa e algum alívio no câmbio, cortesia dos movimentos do Congresso para aprovar a reforma tributária e alguns avanços nos cortes de gastos.
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