sexta-feira, 17 de maio de 2024

Importação de arroz é “demagogia barata”, diz Farsul

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Crusoé: Importação de arroz é "demagogia barata", diz Farsul

"O mercado está sendo abastecido. Não vemos o porquê dessa medida governamental, a não ser para fazer demagogia barata," diz Gedeão Pereira.

O governo federal anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Hoje, o estado é responsável por 70% da produção no país. Para o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, não existe a necessidade dessa medida, pois o país já tem o arroz colhido para suprir o mercado interno. Além disso, a importação pode prejudicar os produtores nacionais.


A importação de arroz sugerida pelo governo é necessária?


Nós somos absolutamente contra a importação de arroz por uma razão muito simples. Nós temos este arroz. O produto já foi praticamente todo colhido no Rio Grande do Sul. Creio que faltaria ao redor de 15%, que estaria relacionado às lavouras que ficaram debaixo d'água. O Rio Grande do Sul já colheu mais de 7 milhões de toneladas de arroz e o consumo nacional é de 11 milhões de toneladas. O Brasil, fora do Rio Grande do Sul, ainda produz 3,5 milhões de toneladas do grão. Somando tudo, dá 10,5 milhões de toneladas de arroz. O Brasil é um tradicional importador de arroz do Mercosul, via iniciativa privada. 


O que os agricultores acham da importação do grão anunciada pelo governo?


A importação de arroz é um ato demagógico do governo federal. Eles anunciaram que vão vender o arroz a 4 reais, que é um preço abaixo do valor internacional do arroz. Isso significa que estão desprotegendo quem produz, sem qualquer necessidade. Com esse valor, na verdade, o governo está subsidiando o produtor estrangeiro e não o produtor interno.


Qual tem sido a maior dificuldade dos produtores até agora?


Temos arroz para suprir o mercado interno. A dificuldade neste momento é uma questão de logística. A infraestrutura foi danificada. Outra dificuldade é com relação à emissão de notas fiscais eletrônicas, porque o centro de processamento das notas do governo do estado ficou debaixo d'água. Apesar desses problemas, o mercado está sendo abastecido. Não vemos o porquê dessa medida governamental, a não ser para fazer demagogia barata.


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Enviado por O Antagonista

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