| | Bruna Alexandre, mesatenista paralímpica, sonha com vaga na Olimpíada de Paris, em 2024 | André Soares/CBTM |
| | | | Paralímpica, Bruna Alexandre está perto de ser ser também olímpica | | Bruna Alexandre está perto de alcançar um feito inédito no esporte brasileiro, e raríssimo no Mundial. Amputada do braço direito, ela já tem quatro medalhas nos Jogos Paralímpicos e, agora, tem grande chance de realizar o sonho de disputar também os Jogos Olímpicos. O que aconteceu?No fim de semana, ela ajudou a classificar a equipe do Brasil para as Olimpíadas de Paris. O time verde-amarelo foi vice-campeão do Campeonato Pan-Americano, com vitórias em cinco confrontos e derrota apenas para os EUA, e pegou uma das duas vagas disponíveis para o continente. Resta saber se, agora, ela será uma das convocadas. Como vai ser em Paris?No tênis de mesa, a competição por equipes tem formato semelhante ao da Copa Davis, do tênis, com melhor de cinco jogos, sendo que, entre os três primeiros, um é de duplas, e outros dois de simples. Se necessário, jogam-se mais duas partidas de simples. No Pan, cada equipe podia ter quatro jogadoras, mas só três jogando cada confronto. Para a Olimpíada, a regra muda. A equipe já vai aos Jogos com três atletas. Duas podem jogar a chave de simples, e a terceira compete somente por equipes. Bruna Takahashi, número 37 do ranking mundial, e a irmã dela, Giulia, de 18 anos, 106ª do mundo, têm tudo para serem escolhidas. Quem disputa a 3ª vaga?Restaria, assim, uma vaga. Em um passado recente, ela seria de Luca Kumahara, que transicionou de gênero e optou por jogar no masculino. Isso abriu a disputa para Bruna Alexandre, de 28 anos, e Laura Watanabe, de 19. Cada uma participou de quatro jogos no Pan por equipes. Bruna perdeu dois deles, mas foi escalada para os jogos mais difíceis, contra as norte-americanas. Laura fez dois jogos de duplas com Giulia, sua parceira desde a base. Será uma disputa interessante, que será decidida pelo técnico Jorge Fanck. Bruna Alexandre tem a favor dela a experiência em grandes competições. Só em Paralimpíadas são quatro medalhas. Laura tem o potencial para outras Olimpíadas. No Pan individual, Bruna foi mais longe, até as oitavas. A campeã Amy Zang, dos EUA, despachou tanto Giulia, na semi, quanto Bruna Takahashi, na final. E no masculino?No masculino, a vaga veio sem grandes sustos, com vitórias em todos os confrontos e mais um título pan-americano. Hugo Calderano também não teve grandes dificuldades para vencer em simples. Ele, naturalmente, estará entre os convocados a Paris. Só que como ele não tem jogado duplas, no Pan em todos os confrontos a escalação contou com Vitor Ishiy e Eric Jouti, que formam a melhor dupla do país e são o segundo e terceiro melhores brasileiros do ranking de simples. Isso deve reduzir o espaço de Guilherme Teodoro, que também joga na liga alemã e está crescendo. Aos 21 anos, ele chegou até as quartas de final do Pan em simples e só foi eliminado em um jogo parelho, de sete sets, pelo argentino Santiago Lorenzo, segundo melhor do continente no ranking mundial. | | | Laura Amaro foi quinta colocada no Mundial de levantamento de peso | Divulgação/IWF |
| | | | Quanto menos China, melhor para o Brasil | Quatro dos sete melhores surfistas do mundo são brasileiros, mas só dois têm vaga garantida em Paris-2024. Sétimo do ranking, Yago Dora já disse adeus à Olimpíada, e Gabriel Medina, o sexto, vai ter vida dura para se classificar. Injusto, até acho que sim. Mas no levantamento de peso é muito pior. O que aconteceu?O Mundial da modalidade terminou no domingo (16) e sete chinesas foram medalhistas em categorias olímpicas. Dessas, no máximo três vão a Paris, por causa de uma regra bizarra que cria o limite de três atletas por país; não por prova, mas por gênero. No Mundial, foram quatro medalhas de ouro e teriam sido cinco se não houvesse também ali um limite de atletas. Péssimo para a China, mas ótimo para o Brasil, que foi quinto colocado com Laura Amaro em uma categoria, a até 81kg, que teve duas chinesas com ouro e prata. Como também há um limite de no máximo uma atleta por país por categoria, ou a campeã mundial, ou a vice (ou talvez as duas) vai ver a Olimpíada pela TV. E as brasileiras?Pelo tanto que levantou no Mundial em Riad, um total de 241 kg, seis a menos que recorde pessoal, Laura, de 23 anos, não deveria ser cotada para medalha olímpica. Só este ano, 13 atletas da categoria já levantaram mais peso que ela. Mas o LPO virou xadrez. EUA e Equador, que têm atletas fortes na categoria de Laura, têm o mesmo problema da China, e o claro interesse de tentar fugir das categorias em que as chinesas estiverem. O Brasil (infelizmente) não tem esse problema. Em Paris, provavelmente terá só duas representantes. Laura e Amanda Schott, que foi oitava colocada na categoria até 71kg, depois de emagrecer 10 quilos para fugir da concorrência da amiga. Ela levantou 238 kg e terminou 15 kg atrás da medalhista de bronze, uma norte-americana. O pódio ainda teve Equador e China. Duda Souza, de 19 anos, ficou em 17º na categoria até 59 kg, em sua primeira competição internacional, mas como a newsletter já explicou, ela não pode ir a Paris-2024. Taiane Justino, outra atleta da categoria júnior, da mesma idade, foi 13ª no peso pesado. | | | Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva, Rebeca Andrade e Jade Barbosa | Reprodução/Instagram |
| | | | Olimpílulas | A má fase do esporte brasileiro, se ainda não foi embora, ao menos tá adormecida. Mais uma vez o fim de semana foi bem positivo, com alguns resultados interessantes além do levantamento de peso. Foram cinco medalhas na World Challenger Cup de Paris, para cinco ginastas diferentes: Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Arthur Nory e o estreante Bernardo Miranda. No dia 30 começa o Mundial e, antes, vamos falar mais detalhadamente das chances do Brasil. Por enquanto, vale festejar o potencial de Rebeca também nas assimétricas, a recuperação física de Flávia Saraiva, a volta ao altíssimo nível da veterana Jade Barbosa (16 anos depois de ser medalhista mundial!), diversas leves e importantes melhoras no masculino, e a ótima participação de Bernardo, que não vai ao Mundial. Quero acreditar que se mesmo competindo super bem ele não tem vaga nem como reserva, é porque os demais titulares estão voando. Quem tinha que ir bem no Campeonato Pan-Americano (+ Oceania) foi bem, e o Brasil, pela primeira vez na corrida olímpica, tem atletas na zona de classificação em todas as 14 categorias. Matheus Takai (60 kg) entrou na zona em 25º, com o ouro, assim como Natasha Ferreira (48 kg), que virou 24ª com o bronze. Luana Carvalho (70 kg), outra que foi bronze, agora aparece em 26º e ficaria com a vaga continental. Quem já tem a vaga encaminhada, por outro lado, está preocupado com o ranking e a possibilidade de ser cabeça de chave. Campeões, Daniel Cargnin (73 kg) já é vice-líder e Rafael Macedo (90 kg) virou quarto, mesma classificação de Rafaela Silva (63 kg). Guilherme Schmidt (81 kg) segue em terceiro após ficar com a prata em um erro grosseiro dos juízes. Bia Souza (+100 kg), que competiu pouco nos últimos meses, foi ouro e agora é décima. Com a prata, Rafael Silva (+100 kg) saltou para o nono lugar. Só é preciso, porém, um parênteses: o Europeu e o Asiático de 2023 ainda não foram disputados, então os atletas desses continentes ainda vão somar seus pontos extras, que os brasileiros já têm. No fim de semana, rolou em Lausanne o quarto evento válido para o ranking olímpico do skate street. No feminino, Rayssa Leal não conseguiu acertar uma segunda manobra (são cinco tentativas) e terminou em sétimo, fora do pódio. Por isso, perdeu a liderança do ranking, que agora tem quatro japonesas nas seis primeiras posições. Pâmela Rosa foi bem, ficou em quinto, e agora é sétima. Gabi Mazetto caiu para décima. As três têm vaga encaminhadas. Entre os homens, Giovanni Vianna ganhou o bronze, depois de um fim de semana bastante regular, e subiu para décimo, enquanto Kelvin Hoefler, que parou nas quartas de final, agora é quarto. Felipe Gustavo, em 19º, ficaria com a última vaga brasileira se o ranking fechasse hoje. Nas quatro etapas, 17 skatistas diferentes terminaram entre os seis primeiros ao menos uma vez. Tudo pode acontecer. | | | |
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