A Fazenda 15 completa uma semana nesta terça, 26, e, em termos de audiência, o reality show da RecordTV segue devendo. De acordo com números do Kantar Ibope obtidos por Splash, a estreia da edição de 2023 do programa foi a pior da história. Só de um ano para o outro, houve uma fuga de 37% dos telespectadores. Trata-se de um fenômeno que não é novo, não. Em 2009, o reality registrou 16 pontos em sua estreia. Nas primeiras edições, a atenção foi crescente - alcançando um pico em 2010, com A Fazenda 3, que teve uma média de 20 pontos no primeiro episódio. Desde então, a diminuição de interesse do público se acentua ano a ano. O tombo entre 2022 e agora foi representativo: de 8,5 pontos na estreia de A Fazenda 14 para 5,3 com a 15ª edição. Nem nomes polêmicos e conhecidos, como André Gonçalves e Rachel Sheherazade, turbinaram o interesse em 2023. Desde então, o ibope do programa variou entre 6,4 pontos (no segundo dia de exibição) e 5. Tirando picos causados por polêmicas e pelas roças, a média geral de audiência é sempre alguns pontos abaixo do que aquilo registrado na estreia, o que coloca a RecordTV em maus lençóis. Agora, não dá para dizer que é tudo culpa de A Fazenda. A lógica de programação da TV aberta é tanto vertical quanto horizontal. Ou seja, pensada em quem muda de canal todos os dias para ver o mesmo programa, mas também no público carregado de uma atração para a outra, durante o dia. Nesse sentido, o reality tem quase sempre recebido um ibope mais fraco, da série enlatada Quando Chama o Coração. No sábado, quando A Fazenda é antecedida pelo compacto da novela Reis, a situação é ainda pior: Adriane Galisteu e companhia recebem parcos 3,9 pontos. O cenário foi diferente apenas com Domingo Espetacular, com o semanal entregando com uma média de 7,1 - que foi prontamente derrubada para 5,3. Além disso, a fuga de público é um fenômeno que se repete na TV como um todo, inclusive na aberta. Tanto é que, mesmo com o resultado ruim, A Fazenda segue como vice-líder. A exceção foi domingo, quando perdeu para o Programa Silvio Santos, do SBT, que ficou com 6,4 pontos de média. Reality shows, principalmente aqueles com interações ao vivo, permanecem sendo um grande produto para a televisão linear, mesmo com essa crise. Afinal, conseguem incutir uma necessidade maior de atenção, além de motivarem conversas nas redes sociais. No caso da atração liderada por Adriane Galisteu, ainda gera pauta para outros programas da RecordTV, Agora, será o suficiente? A TV Globo, por exemplo, usa o BBB para conquistar assinantes no Globoplay, enquanto a Record nunca conseguiu fazer o seu PlayPlus emplacar. A emissora paulista ao menos disponibiliza trechos de sua atração no YouTube, mas a audiência por lá também despencou: se há três anos havia vídeos passando 3 ou 4 milhões de visualizações, a edição atual está suando para passar dos 50 mil, com alguns picos na casa dos 200 ou 300 mil views. Com tudo isso, pode surgir uma dúvida sobre a continuidade de A Fazenda. Não sejamos tão apocalípticos: a edição 2023 ainda está no começo, fora que reality shows são produtos relativamente baratos (quando comparados com a teledramaturgia, por exemplo) que podem ser explorados de forma intensa, tanto em termos de publicidade quanto de repercussão. Os dados neste texto são relativos à Grande São Paulo - e, atualmente, um ponto no Ibope representa 76.953 domicílios. |
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