terça-feira, 6 de outubro de 2020

Vamos jogar Banco Imobiliário?

De volta ao básico.
Criptosphere
por Helena Margarido
06 de outubro de 2020

Vamos jogar Banco Imobiliário?

Olá, caro leitor e cara leitora.

Nos últimos dias, recebi muitas mensagens de leitores perguntando se a chegada do PIX (sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central) no Brasil não poderia impactar o Bitcoin e outras criptomoedas.

Isso só me dá a certeza de que, apesar desse assunto ser muito mais debatido hoje em dia do que foi há alguns anos, muita gente ainda não faz a menor ideia do que seja Bitcoin e outras criptomoedas.

Já expliquei isso algumas vezes em newsletters anteriores, ou mesmo nas minhas séries aqui na Inversa, a Top 5 Crypto e a Crypto Evolution.
Mas, com essa chegada do PIX, senti a necessidade de explicar melhor para você. Afinal, algo tão inovador quanto Bitcoin, e com tanto potencial de retorno, merece uma atenção extra, não concorda?

Hoje, você vai entender exatamente o que é Bitcoin, o que ele faz e porque ele é tão revolucionário. 

Mas vou fazer diferente: ao invés de explicar o que é Bitcoin, vou criar algo parecido com o que o Bitcoin faz.

Vou mostrar o Bitcoin sem falar em Bitcoin. Por isso, a newsletter ficará um pouco mais longa que o normal, mas te garanto que vai valer a pena. 

Vamos imaginar que estamos jogando Banco Imobiliário...

Nele, temos algumas propriedades, casas e hotéis, mas temos um problema: alguém perdeu o dinheiro do jogo.

Então, temos que criar algo que permita comprar propriedades e pagar taxas (alugueis, “revés”). Precisamos de algo que todos os jogadores concordem que tem valor. Em outras palavras, precisamos de uma moeda, uma unidade de troca. Uma ferramenta facilmente gerenciável e que não possa ser falsificada. 

A solução é especificar um saldo para todos os jogadores no início, anotá-lo em um caderno e atualizá-lo ao longo do jogo.

Vamos começar assim: são quatro jogadores, Ana, Gabriel, Lucas e Maria, cada um com 100 moedas no início do jogo.

Chamamos essa lista de saldos de livro-razão, ou apenas registro; o termo original é ledger.

O Registro é a “Lei”, inquestionável. Uma conta tem o saldo que o Registro diz que ela tem, sem choro.

No nosso jogo de 4 pessoas, quem será o responsável pelo Registro? Essa pessoa tem que ser confiável. 

Eu posso fazer isso, sou confiável. Mas, se eu ficar responsável pelo Registro, posso roubar e dizer que tenho 20 moedas a mais, não é?

Centralizar o Registro ou a economia do nosso jogo em uma pessoa não é uma boa ideia.

Então, que tal dar para todo mundo um caderno com uma cópia do Registro? Quando uma alteração for feita, uma cópia será replicada para todos os jogadores.

Parece bom. Vamos começar o jogo

Ana compra uma casa do Lucas e assina uma transferência de 5 moedas como pagamento. Então, Ana fica com 5 moedas a menos e Lucas com 5 a mais, como na imagem abaixo:
Então, Ana diz: “Atualizem seus registros com o meu, pois acabei de realizar uma transação”.

Mas Ana enviou 5 moedas para Lucas e os outros jogadores ainda não têm o registro atualizado.

Antes que todos o façam, como confirmar que Ana possui as moedas e autorizou essa transação?

Todos os jogadores verificam:

1. O saldo de Ana é suficiente?
2. A transferência foi assinada por ela?

Se todos responderem SIM para ambos (consenso), a transação é finalmente registrada em todas as ledgers.
Agora, todos possuem os Registros idênticos e atualizados. Neste caso, resolvemos o problema. Porém, ainda temos outro.
E se o jogo tiver 1000 pessoas, como atualizar rapidamente o Registro de todos a cada transação? Afinal, agora estamos em apenas quatro, é fácil. E se tivermos jogadores em outros países, como poderemos sincronizar esses Registros de papel? Seria impossível de maneira confiável, não é?

E é aí que a tecnologia entra.
  1. Movemos todos os saldos para um Registro digital.
  2. Usamos um software para sincronizar, validar e registrar os dados entre todos os jogadores de forma imutável.
  3. Utilizamos um código matemático que garanta que só eu posso gastar o meu dinheiro.
É isso que o Protocolo Bitcoin faz. No Bitcoin, em vez de identificar uma conta pelo nome do dono, elas são identificadas por um identificador alfanumérico. Isso torna o Bitcoin “pseudoanônimo”.

Cada conta é chamada de endereço. Existem 2¹⁶⁰ endereços Bitcoin possíveis.
 
2¹⁶⁰ = 1.461.501.637.330.902.918.203.684.832.716.283.019.655.932.542.976

Isso é maior que o número de estrelas no Universo!

Você pode ter quantos endereços Bitcoin quiser, grátis.

No Bitcoin, cada movimentação de saldo é registrada e chamada de transação, e todas as transações ficam disponíveis publicamente no Blockchain (nosso livro de Registros).

Isso caracteriza o Bitcoin como um protocolo de registro de trocas (transações). Ou seja, o melhor sistema de registros de troca criado até hoje. A forma perfeita de dinheiro, segundo alguns economistas.

Cada endereço Bitcoin possui um saldo. Esse saldo é denominado em moedas digitais chamadas bitcoins e que possuem um valor.

Assim como o ouro, o bitcoin é global, pois pode ser comprado e vendido em qualquer país do mundo.

Ao todo, existirão 21 milhões de bitcoins, que serão liberados de forma previsível por meio de um processo chamado mineração. O último bitcoin será minerado em 2140.

Quer dizer que em 2140 o Bitcoin vai acabar? Não. 

A mineração deve continuar, baseada em taxas, pagas com bitcoins que já foram minerados. 

O Halving, ajuste que ocorre na rede do Bitcoin e que reduz pela metade a recompensa dos mineradores, acontece a cada 4 anos. O último ocorreu em maio de 2020 e o próximo será em 2024.

- Mas então vai ter bitcoin pra todo mundo? 
- Claro!


O Bitcoin é divisível por 8 casas “decimais” e a menor unidade é chamada “Satoshi”, em homenagem ao seu criador, Satoshi Nakamoto. Logo, teremos 21.000.000.00000000 Satoshis minerados.

O Bitcoin é um protocolo, um conjunto de instruções que podem ser implementadas em qualquer dispositivo. Desktop, internet, celular...

E o que dá pra fazer com isso? Hoje, o Bitcoin já é utilizado como solução em diversos mercados, como pagamentos, registros e votação. E será em outros que ainda nem imaginamos.

O Bitcoin substitui a necessidade dos terceiros de confiança (“3rd trusted parties”). Pois, assim como Ana, eles também podem roubar se forem os únicos responsáveis pelo Registro. Exemplos não faltam...

Centralizar registros e a economia do nosso mundo não foi uma boa ideia. 

Alguma dúvida de que estamos apenas começando?

Um abraço,
Helena Margarido
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Editado por:
Helga Bannwart
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