Bom dia!
A inflação brasileira medida pelo IPCA deve ter desacelerado em novembro para 0,36%, ante a subida de 0,56% em outubro, de acordo com projeções colhidas pelo Valor. A desaceleração, no entanto, não deve ser suficiente para fazer o índice retroceder de volta para dentro da meta de inflação, cujo teto é 4,5%. De acordo com as projeções, o IPCA em doze meses deve ter ficado em 4,84%.
O dado oficial, que sai logo mais às 9h da manhã, deve revalidar a percepção do mercado financeiro de que a Selic deve subir com força para conter as expectativas de alta da inflação e a chamada desancoragem das expectativas, quando as pessoas deixam de acreditar que os preços estão contidos e subirão apenas moderadamente.
A divulgação do IPCA coincide com o primeiro dia da reunião do Copom, que decide a nova taxa Selic amanhã. O mercado financeiro vem apostando em uma alta de 0,75 ponto percentual, que levaria o juro brasileiro de volta a 12%.
E os riscos para novas altas da Selic seguem no radar. Na segunda, o governo federal anunciou uma medida para liberar as chamadas emendas Pix, em um esforço de conseguir aprovar as medidas de corte de gastos propostas pelo governo.
O cenário político ganhou ainda outro complicador: o presidente Lula foi submetido a uma cirurgia de emergência durante a madrugada, para drenar uma hemorragia. Ele deve permanecer internado até o final da semana.
Isso num dia em que a tendência é negativa para as bolsas ao redor do globo. Os futuros americanos recuam em um dia de agenda fraca. A China já reage às ameaças de Donald Trump e tem como alvo a gigante Nvidia, em mais uma escalada da guerra tecnológica entre os dois países. Na Europa, as ações também cedem.
O EWZ, o fundo que representa a bolsa brasileira em Nova York, acompanha o sinal negativo, isso após a alta expressiva da véspera, apoiada por medidas de estímulo econômico na China. Bons negócios.
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