Bom dia!
O Banco Central brasileiro foi duro com a inflação brasileira. Na noite de quarta, o Copom anunciou não apenas a alta de 1 ponto percentual na Selic, a 12,25% ao ano, como também deixou pré-contratadas mais duas altas da mesma magnitude. Resultado: tudo mais constante, teremos a Selic em 14,25% ao ano já em março de 2025.
Trata-se de uma medida dura, que além de tudo tira da mesa qualquer espaço para que a nova gestão do BC, a partir de janeiro sob o comando de Gabriel Galípolo, seja mais moderada do que Roberto Campos Neto na condução da política monetária. Com essa previsão de mais duas altas na Selic, fica difícil para o mercado prever uma mudança de estilo no BC.
Não só isso: o BC marcou que as expectativas para a inflação brasileira estão em 4% ao ano em 2026 – acima da meta de 3%. Uma mudança de patamar. Só que, com juros de 14,25% ao ano, o país passa a ter juros reais de 10% ao ano.
É um nível capaz de drenar recursos de todas as outras classes de ativos, limitando o potencial de alta das ações.
Ainda assim, a recepção do mercado financeiro foi positiva a ponto de desafiar a lógica. Nesta manhã, o EWZ, o fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, avança 1,4%, na contramão dos futuros americanos, que cedem. Os juros em alta, isso enquanto EUA e Europa cortam suas taxas, tendem a ajudar a atrair recursos para o Brasil, aliviando o dólar.
Nesta quinta, o Banco Central Europeu deve promover mais um corte em sua taxa de juros, o quarto deste ano. Na zona do euro, a inflação parece ter se acomodado, enquanto a economia de países relevantes, como a Alemanha, patina. Nesta manhã, antes do BCE, o Banco Nacional da Suíça promoveu um corte de 0,50 p.p. em sua taxa de juros, o primeiro de tamanha magnitude em quase uma década. Bons negócios.
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