Bom dia!
A tarefa mais fácil do mercado financeiro em 2024 é explicar por que as bolsas americanas sobem de forma tão expressiva: as apostas na inteligência artificial. E quando é preciso apontar apenas um responsável por isso, a tarefa continua fácil: basta dizer Nvidia.
A fabricante de processadores já se valorizou 159% neste ano, isso ante as apostas de que ela será a grande vencedora da corrida pelo hardware que suportará a revolução tecnológica gerada pela IA generativa. Isso significa que a empresa, sozinha, é responsável por 25% da subida do S&P 500 neste ano – o índice avança 18%.
O boom ensandecido do Chat GPT já ficou para trás, mas isso não significa que a tendência de longo prazo tenha esmorecido. É isso que investidores e analistas de mercado vão analisar com a divulgação dos resultados da companhia, quando as bolsas fecharem hoje ao fim do dia.
Apostas coletadas pela agência Reuters mostram que investidores preveem um crescimento de 139% no lucro e de 113% na receita, isso quando comparado com igual trimestre do ano anterior. Nos últimos trimestres, a companhia superou as expectativas do mercado.
Não à toa, apesar da valorização brutal das ações, elas nem de perto emulam a bolha tech vista entre 2020 e 2021. É possível medir isso pelo indicador preço/lucro, chamado de P/L. Pegue o valor de mercado da empresa e divida pelo lucro dos últimos 12 meses. Esse é o tempo que o acionista levaria para recuperar o investimento feito na ação. O P/L da Nvidia está em 75. No auge da especulação, as ações da Tesla superaram o P/L de 1.000. Como comparação, o P/L médio do S&P 500 está em 26.
Se o lucro continua avançando, o P/L cai e a ação fica relativamente mais barata. As apostas dos investidores indicam, porém, que os papéis continuarão a subir. No pré-mercado, as ações ganham 0,34%. Por outro lado, há um suspense, já que a divulgação dos resultados das outras seis Magníficas (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft e Tesla) trouxe algum ceticismo ao mercado.
A quarta começa no positivo em Wall Street, que tem uma agenda de poucas notícias até a divulgação dos números da big tech. Na Europa, as ações também avançam.
O EWZ, por outro lado, indica que o Ibovespa poderá ter um dia de realização de lucros, após fechar em leve queda no pregão de ontem. Por aqui, investidores analisam dados do mercado formal de trabalho, que tem se mantido sólido apesar dos juros elevados. Além disso, Campos Neto participa de um evento do Santander. Dele, a Faria Lima quer pistas sobre uma possível nova alta da taxa Selic na reunião de setembro. Bons negócios.
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