Bom dia!
Esse é o sextou mais esperado do ano pelo mercado financeiro global. Logo mais, às 11h, o presidente do Fed, Jerome Powell, discursa no simpósio de Jackson Hole, o encontro anual do Banco Central americano.
Há um contrassenso em tamanha expectativa. Um levantamento da agência de notícias Bloomberg mostra que, nos últimos dez anos, os discursos do Fed tiveram pouco impacto direto sobre os preços dos ativos. Acontece que Powell tem sido consistente e cauteloso em seus discursos, abrindo pouca margem para surpresas que mudem as apostas do mercado financeiro para a taxa de juros e ações. É como se a ansiedade pelas declarações de Powell fosse justamente para confirmar que o Fed continuará a fazer o que já está fazendo.
Se as apostas se confirmarem, será jogo jogado: as expectativas de investidores se consolidaram ao redor de um corte de juros de 0,25 ponto percentual no encontro de setembro, o primeiro desde 2020, quando a pandemia empurrou bancos centrais a uma política monetária extremamente agressiva.
Nesta manhã, os futuros das bolsas americanas avançam ao redor de 0,50%. O EWZ, o ETF da bolsa brasileira em Nova York, acompanha a subida – isso após a bolsa brasileira ter interrompido uma sequência de três recordes consecutivos. O dólar disparou.
O movimento de ontem foi atribuído a falas de Gabriel Galípolo, cotado para suceder Campos Neto no BC. Investidores entenderam que ele havia voltado atrás no recado sobre uma possibilidade de aumento na taxa Selic. Cresce a pressão na Faria Lima para que os juros voltem a subir, isso sob o risco de inflação acima da meta.
Após a primeira fala ser mal interpretada, Galípolo voltou a declarar que o compromisso do BC é com a inflação, e que a instituição usa a taxa de juros sempre que necessário para manter os preços no alvo. Resta saber como investidores vão entender a autocorreção de Galípolo. Bons negócios.
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