As câmeras de segurança de um restaurante captaram o momento em que uma mulher branca fez gestos de macaco ao se direcionar a mulheres negras que frequentavam o estabelecimento, localizado dentro do shopping Open Mall The Square, na Granja Viana, bairro nobre de Cotia (Grande São Paulo). [Veja aqui] A Polícia Civil de São Paulo investiga o caso após o registro da denúncia por injúria racial. O caso ganhou ampla discussão. O psicólogo e colunista de VivaBem Lucas Veiga adicionou ao debate uma camada que ainda pode passar despercebida quando o assunto envolve crimes raciais: os efeitos psicológicos nas vítimas. "A violência racial se equipara ao estresse pós-traumático. Os sintomas são insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, oscilações de humor, tendência a um humor mais deprimido" Lucas Veiga, psicólogo No Brasil, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), jovens negros chegam a ter 45% mais chances de desenvolver depressão que um jovem branco. Veiga explica que, enquanto o transtorno do estresse pós-traumático, o TEPT, causado por um acidente de carro, por exemplo, tem um único episódio engatilhador de sintomas psíquicos, o racismo é uma constante. "É o caso do Vini Jr., que sofreu dezenas de situações de racismo em campo. Isso produz ansiedade", diz. O crime de racismo está previsto na Lei n. 7.716/1989. Consiste em atingir uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça. É inafiançável e imprescritível. A Lei nº 14.532, de 11 de janeiro de 2023, equiparou o crime de racismo ao de injúria racial, que consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem. Ecoa traz um passo a passo sobre como é possível denunciar casos de racismo e injúria racial. Na lista de caminhos, é possível ligar para o 190, em casos de flagrante, ou fazer um boletim de ocorrência em qualquer delegacia física ou online. Saiba que tipo de provas são importantes no ato da denúncia. *** LEGADO... Por décadas, Solimar Carneiro, fundadora e diretora do Geledés Instituto da Mulher Negra, dedicou seu tempo, inteligência e ação a projetos de inserção de pessoas negras no mercado de trabalho e combate ao racismo. A ativista faleceu nesta terça-feira (11), aos 66 anos, deixando um enorme legado ao país. PIONEIRISMO... Após aprovação no Senado, o advogado Ailton de Aquino Santos se tornou a primeira pessoa negra a compor o quadro da direção do Banco Central. Ele fará parte da Diretoria de Fiscalização. REFORÇO... O zagueiro Edcarlos, titular do São Paulo na conquista do título mundial de 2005, agora é coordenador-geral de Defesa dos Direitos do Torcedor, em um cargo de confiança dentro da Secretaria Nacional de Futebol do Ministério do Esporte. SELO PLURAL... conversa com três mulheres que seguem o legado da intelectual e ativista Lélia Gonzalez em seus trabalhos e pesquisas, para explicar o termo 'amefricanidade', conceito criado por ela para relacionar a ancestralidade dos brasileiros negros com os povos ameríndios e africanos. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário