Toda vez que Flávio Dino, 55, vira notícia, a direita urra. Nas redes sociais, chamam-no de gordo e outras derivações, espalham memes para ridicularizá-lo ou difamá-lo e volta e meia o ameaçam —recentemente um brasileiro que se identifica como instrutor de tiro nos EUA publicou um vídeo em que a foto do ministro da Justiça faz as vezes de alvo no seu estande, ao lado das imagens de Lula e Alexandre de Moraes. Se as circunstâncias ajudaram a catapultar Dino ao duplo posto de ministro mais popular de Lula e inimigo número 2 do bolsonarismo (o 8 de janeiro deu-lhe o palco; as sabatinas no Congresso, as luzes), no governo, tudo isso junto produziu um efeito colateral. Dino virou o "desmancha-rodinha" da Esplanada. Tirando Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), com quem o ex-governador do Maranhão e ex-juiz federal militou no PCdoB antes de migrar para o PSB, o titular da Justiça não tem amigos entre os colegas de ministério. Costuma estar cercado por desafetos —a maioria incomodada com o que considera ser um excesso de visibilidade e proativismo da sua parte. Camilo Santana é um deles. Logo após o atentado que vitimou quatro crianças numa escola de Blumenau (SC), o ministro da Educação foi encarregado pelo presidente Lula de liderar um grupo de trabalho responsável por traçar uma estratégia de combate à violência nas escolas. O atentado foi no dia 5 de abril e, antes que amanhecesse o dia 6, Dino já havia anunciado ações de governo em entrevista coletiva, reunido-se à tarde com representantes de grupos, inclusive de estudantes, e informando de madrugada em suas redes sociais a abertura de um inquérito para investigar células neonazistas. Numa discussão com Dino em altos decibéis, Camilo Santana acusou o colega de tê-lo "atropelado". Dino respondeu-lhe dizendo que não compactuava com "omissões". Nas primeiras discussões que se seguiram ao atentado, Camilo Santana defendeu que o governo federal não deveria "trazer o problema para si", já que a segurança nas escolas era de responsabilidade dos estados e municípios. LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO UOL PRIME Reportagem de Thaís Oyama |
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