Não aprendi NADA sobre lideranças na faculdade. Zero. Nadinha. Fiz publicidade né, então o foco do curso não era esse. Logo, assim que a Shoot virou uma empresa, tive que buscar uma nova formação. Por motivos financeiros, fazer um curso não era opção, e a única possibilidade era aprender por mim mesmo. Me joguei em dezenas de livros, artigos, TEDTalks, palestras variadas, e acabei me “formando” no assunto. Mas, como quase tudo na vida, o aprendizado vem da prática, e foi só quando eu comecei a liderar pessoas que a evolução veio. Os livros me deram uma base, sim, mas nenhum deles realmente me preparou para o que vinha. Sendo bem sincero, acho que os livros e palestras não conversavam muito com os desafios que eu enfrentava. Não sei se vocês já consumiram conteúdos sobre esse assunto, mas a minha impressão é que os livros de lideranças exaltam figuras e atitudes de uma galera que está em um mundo muito diferente da normalidade. Gente tida como “perfeita”: inovadora, genial, excepcional, incomparável, insubstituível. Heroínas que pegaram uma farmácia de esquina e transformaram em um conglomerado global ou que acabaram com uma guerra em algum canto do planeta. Gente como Steve Jobs, Elon Musk, Jacinda Ardern, Dalai Lama, Oprah, Bill Gates, os Obamas. E quando o exemplo não é uma pessoa super famosa, eles vêm de contextos também muito distantes do nosso dia a dia: “Como Fulana de tal reposicionou uma marca de 100 anos de história para uma cultura ágil e voltada para a inovação”. Além disso, acho as dicas muito clichês e nada práticas. “Lideranças precisam estimular a inovação sempre”, “O bom líder tem a capacidade de enxergar o futuro”, “A boa líder é a guardiã do propósito da empresa”, “Lideranças não devem perder foco no resultado”, “Lideranças fazem as pessoas conquistar sempre melhores resultados”, e por aí vai. Não que não dê para tirar bons aprendizados nesses livros e que essas pessoas não conquistaram feitos incríveis. Óbvio que o Steve Jobs inovou o mercado da comunicação e para quem chegar num resultado parecido é importante ver o que ele fez, mas isso importa muito pouco para uma liderança de uma pequena agência de comunicação que jamais terá a chance de fazer algo semelhante. A moral é que o grande trabalho de uma liderança é resolver tretas diárias que esses livros e palestras mal abordam. Como ajudar uma liderança que tem que lidar com uma pessoa da equipe que perdeu a mãe, com uma pessoa que chora numa reunião por um motivo pessoal ou com uma pessoa que está desmotivada pois o cliente é uma pequena empresa conservadora do sul do país e não quer inovar? Falei duas news atrás sobre como podemos lidar com o Whatsapp dentro dos nossos times, pois acho isso uma questão que impacta muuuito o mundo corporativo no Brasil. E com certeza tem muito mais coisas nessa mesma batida que deveriam ser mais abordadas em conteúdos para lideranças, mas onde estão? Para não dizer que tudo que li me decepcionou, recomendo o livro Small Giants, que mapeou 15 empresas pequenas (até 200 pessoas) para mostrar boas práticas realizadas dentro delas. Mas tentei lembrar de outra obra aqui e não veio nada. A maioria das pessoas que estão dentro de uma empresa respondem a uma liderança, e quando essas lideranças são tóxicas, desrespeitosas, grosseiras, desumanas, muita gente sofre. Um estudo de 2019 nos EUA revelou que 57% das pessoas que pediram demissão colocaram a culpa dessa decisão em suas lideranças. Outras 14% deixaram vários empregos por causa de seus gerentes e outras 32% consideraram seriamente sair por causa de sua chefia. Embora seja um recorte dos EUA, não imagino que aqui seja muito diferente. Mas né, chega de mimimi. O que podemos fazer para mudar esse cenário? É urgente que olhemos para as lideranças com carinho. Parar de dar luz somente para as lideranças do topo da pirâmide e seus desafios pouco práticos para a grande parte das lideranças e comece a criar conteúdo mais acessível e realmente transformador. E você pode mudar isso HOJE. Compre AGORA meu livro sobre lideranças com 20% de desconto clicando aqui no link TÔ BRINCANDO hahaha Brincadeira? Não muito. Comecei nas últimas semanas a colocar no papel o que aprendi nos últimos 10 anos sendo um líder de times para ver como posso ajudar outras lideranças em contextos semelhantes. Gosto do conceito de Lideranças Imperfeitas. Uma liderança que não precisa ser Steve Jobs (que sabidamente estava longe de ser perfeito), e sim uma pessoa como todas as outras. Lideranças de pequenas empresas, de times pequenos, de empresas que não estão na vanguarda de um mercado, de gente que não tem a obrigação de inovar e recriar o futuro da humanidade, mas sim simplesmente criar um bom ambiente para sua equipe. Alguém que sabe das suas limitações e com toda a humildade do mundo cria com seu time o melhor trabalho possível, que, obviamente, é imperfeito. Então eu não tenho um livro/curso para vender, mas com a ajuda de vocês, quem sabe ele não nasce? Podemos começar com algumas perguntinhas simples:
Me ajuda? :)
“Não me diga onde estão suas prioridades. Mostre-me onde você gasta seu dinheiro e eu lhe direi quais são.” — James W. Frick Oie. Meu nome é Luciano Braga. Sou realizador de diversos projetos criativos nas áreas da comunicação, comédia, ficção e impacto social. Boto minha energia em iniciativas que desafiam minha criatividade, que empoderam pessoas e que deixam um legado positivo no mundo. Quer me conhecer? Vem no meu Instagram. |
segunda-feira, 31 de julho de 2023
Links do mês #088 e as lideranças imperfeitas
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