Fernando Haddad deu ótima entrevista a Mônica Bergamo na Folha. O ministro teve um primeiro semestre vitorioso e conseguiu aprovar toda a sua agenda para o período. Ganhou o amor da Faria Lima. Mas tem desafios espinhosos pela frente. A reforma tributária, até agora, é quase uma unanimidade. Desagrada a poucos, em teoria. A dificuldade vai chegar quando (e se) o governo tentar tornar o pagamento de impostos mais proporcional à renda do contribuinte. E, como aponta Leonardo Sakamoto, os ricos, que seriam os perdedores, têm representação política forte. O ministro "disse que 'não vamos ter pressa em relação a isso', mas, ao mesmo tempo, não vão demorar porque 'já tem muito estudo sobre esse assunto'. Em outras palavras: o que falta é convencer o Parlamento", avalia o colunista. E aceitar que a relação com a Faria Lima azede um tanto. Josias de Souza também notou uma menção velada a Paulo Guedes no seguinte trecho: "Você acha que um brasileiro que é rico, tem residência no Brasil e dinheiro fora, não tem que pagar pelo rendimento de um fundo offshore pessoal?". O ex-ministro, como se sabe, viu seu dinheiro nas Ilhas Virgens Britânicas crescer enquanto o dos brasileiros sob gestão murchava. Haddad "beliscou o calcanhar de vidro de Paulo Guedes sem tocá-lo", diz Josias. |
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