Ministros da nossa corte máxima, salvo exceções, falam. Dão entrevistas, fazem discursos, participam de simpósios, opinam sobre política. Alguns calibram com precisão suas intervenções, até quando improvisam. Luís Roberto Barroso, aquele do "perdeu, mané", não parece ter essa característica. Questionado por estudantes, jogou fora o cuidado com que havia desenhado um raciocínio sobre a vitória da democracia no Brasil recente e mandou um "derrotamos o bolsonarismo". Depois, se explicou, mas a chaleira das redes já fumegava e agora há parlamentares pedindo sua cabeça. Leonardo Sakamoto avalia que Barroso deveria tomar mais cuidado com o que fala. Mas considera importante separar os eleitores de Bolsonaro do bolsonarismo. Este, de fato, "contando com elementos neofascistas, abraça o negacionismo científico, o justiçamento no lugar da Justiça, o autoritarismo, o armamentismo e a misoginia. Recorre ao discurso de costumes e comportamentos como instrumentos de controle. Tem no culto à figura de Bolsonaro uma dimensão messiânica, que se sobrepõe às instituições democráticas". Nesse sentido, foi derrotado pela democracia. Matheus Pichonelli compara o discurso do ministro ao meme do cavalo, em que o desenho de um belo rocinante vai indo bem até que é completado por alguém com talento artístico semelhante ao deste redator. E lembra: "Que ninguém minimize os estragos causados à própria Justiça pelo palavrório de seus representantes fora dos autos — seja na rua, seja em eventos como os da UNE". |
Nenhum comentário:
Postar um comentário