Em 2018, Jair Bolsonaro, então no PSL, foi eleito presidente tendo direito a 8 segundos de tempo no horário eleitoral no primeiro turno e participando de apenas dois dos sete debates que ocorreram durante a eleição.
Estes fatos voltam à lembrança agora em 2020, às vésperas das eleições municipais. Por causa da pandemia de coronavírus, será uma eleição atípica em vários aspectos. Para começar, a data original da votação foi adiada e ocorrerá, em dois turnos, nos dias 15 e 29 de novembro.
A temporada de debates também foi afetada pela pandemia. Na Band, que tradicionalmente inaugura este tipo de evento, as medidas de segurança foram redobradas para acomodar 11 candidatos no palco. Eles permaneceram de máscaras no estúdio e só a retiravam para falar.
Dias depois deste estranho evento, Record e CNN Brasil anunciaram o cancelamento dos debates que haviam programado exibir no primeiro turno em São Paulo e no Rio. Dias antes, o SBT também tomou medida idêntica.
E a Globo impôs uma condição que possivelmente inviabilizará o seu: só fará debate onde haja acordo entre os partidos para que apenas os quatro mais bem colocados candidatos na pesquisa eleitoral mais recente (Ibope ou Datafolha) participem dos encontros.
Segundo notícia desta quarta-feira (7) na coluna Painel, da Folha, os partidos ainda tentam convencer a Globo a mudar a sua decisão.
Só a RedeTV! ainda mantém o plano de exibir debate no primeiro turno. Todos os demais canais prometem promover debates no segundo turno.
Nesta sexta-feira (9) começa a propaganda eleitoral gratuita na televisão. A divisão do tempo, como de hábito, é proporcional ao tamanho de cada coligação. Até 12 de novembro, serão dois períodos de dez minutos por dia de propaganda na TV, às 13h e às 20h.
A propaganda obriga todas as emissoras de TV e rádio a fazerem ajustes em suas grades, mas elas são ressarcidas pelo tempo de exibição obrigatória nas suas programações. Este ano, a renúncia fiscal para a exibição da propaganda política será de R$ 538 milhões.
A ver se, como ocorreu em 2018, a propaganda eleitoral e os poucos debates terão alguma influência no resultado final. |
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