Bom dia!
O dia começa cedo na Faria Lima, com a leitura da ata da última reunião do Copom. Investidores vão buscar no documento as justificativas dos dissidentes da decisão pelo corte de 0,25 p.p. na Selic, que levou a taxa a 10,50%.
Na reunião anterior, o BC havia deixado contratada uma queda de 0,50 p.p. Mas, na hora da decisão, o colegiado se dividiu: dos nove votantes no Copom (oito diretores e o presidente do BC, Roberto Campos Neto), cinco decidiram por uma redução menor na Selic. E as razões deles para tal decisão estão explicadas no comunicado. Já as motivações dos demais para apoiar um corte maior não foram explicitadas no documento inicial da reunião, o comunicado divulgado junto com a decisão. Espera-se, então, que a resposta venha na ata, que sai logo mais às 8h.
Ontem o Boletim Focus mostrou que investidores já ajustaram suas expectativas, com base no comunicado. Eles elevaram as apostas para a inflação e prevêem uma queda menor na Selic.
Para além do BC, investidores devem passar o dia digerindo os resultados da Petrobras. O lucro da estatal caiu 38% na comparação anual, para R$ 23,7 bilhões. O tombo foi um resultado da desvalorização do real combinada com um volume menor de vendas. Os dividendos pagos pela companhia devem somar R$ 13,45 bilhões.
Os números frustraram investidores, e os papéis da companhia em Nova York começam a manhã em queda de 1,47%. O petróleo opera perto da estabilidade. A estatal deve pesar sobre o Ibovespa, e o ETF EWZ mostra viés de baixa para as ações brasileiras nesta terça-feira.
Em contraste com o noticiário agitado no Brasil, investidores de Wall Street marcam passo a espera da divulgação do CPI, a inflação oficial americana. O número sai amanhã. Nisso, os futuros dos principais índices dos EUA operam perto da estabilidade.
Nem a notícia de que Joe Biden vai taxar importações consideradas estratégicas da China foi capaz de mexer com as emoções dos investidores, ao menos não no pré-mercado. A imposição de tarifas vai atingir US$ 18 bilhões em produtos do gigante asiático, incluindo veículos elétricos. Autoaclamado liberal, Elon Musk, dono da Tesla, vinha pedindo proteção do governo americano contra uma eventual enxurrada de carros chineses no mercado americano. A medida veio, mas as ações da companhia registram reação tímida: alta de 0,31%. Bons negócios.
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