A taxa Selic caiu de 13,75% para 13,25%. O corte de 0,5 ponto percentual foi anunciado após a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. A ata da reunião, divulgada nesta terça-feira (8), aponta que a expectativa é de cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. É a primeira vez em seis meses que o investidor pode lidar com menos incertezas em relação ao cenário futuro dos juros. A taxa Selic caiu, e agora?Porcentagem do corte pegou mercado de surpresa. O corte já era esperado, mas o que pegou o mercado financeiro de surpresa foi a porcentagem, levando a taxa a 13,25%. Isso indica que a inflação está mais sob controle, o que é bom para retomar o crescimento da economia do país. Há espaço para baixar mais os juros. Outro ponto importante foi o posicionamento favorável do comitê em mostrar que ainda há espaço para baixar mais os juros nas próximas reuniões, diz Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos. Ritmo de queda mais acelerado. O analista não descarta a chance de ter uma taxa abaixo dos dois dígitos antes do segundo semestre de 2024. Retorno da renda fixa vai diminuir. Na prática, a partir de agora, o investidor já vai começar a ver o retorno da renda fixa diminuir nos pós-fixados de crédito privado e do Tesouro Direto, apesar de que ainda é possível achar boas oportunidades nos prefixados considerando investimentos de longo prazo, segundo Gustavo Sá Fortes, especialista em macroeconomia e renda fixa da Me Poupe!. "Ativos de renda variável tendem a ganhar mais força, e poderemos ter um movimento mais forte de alta do Ibovespa", afirma Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos Vale a pena migrar?Renda variável ganha atratividade. A queda dos juros é uma sinalização de que o corte tende a acontecer em níveis maiores e, por isso, vale migrar para a renda variável, diz Caetano. São ativos que passam a ganhar muita força pela atratividade do retorno. Corte é bom, mas juros ainda estão altos, o que mantém a renda fixa como opção. A alocação em renda fixa não perde suas vantagens, sendo uma boa opção para a composição da carteira de investimentos. Mesmo com o início do corte da taxa Selic, os juros atuais ainda continuam altos. Tenha muita cautela ao selecionar onde vai investir. Ainda temos empresas que apresentam um contexto operacional e financeiro difícil à frente, o que pode dificultar seu crescimento, segundo Caetano, da Toro Investimentos. Como montar uma carteira de investimentos?Primeiro, avalie o perfil do investidor. A composição do portfólio dos investimentos depende do perfil do investidor. Iniciantes: a dica é acompanhar o mercado e o resultado da sua carteira. Desta forma, o investidor iniciante poderá entender melhor os movimentos do mercado. É uma oportunidade para aprender o que fazer com os ativos. Conservador que investe na renda fixa: aproveite enquanto a Selic ainda está alta. Para quem é mais conversador e prefere se posicionar na renda fixa, pode ser que diminua um pouco a exposição aos ativos pós-fixados e aproveite enquanto ainda tem prefixados pagando bem em um cenário de queda constante da Selic até 2025, diz Fortes. Quem comprou prefixados de valor alto nos últimos meses pode ter daqui para frente a oportunidade de ser beneficiado com a marcação a mercado. Investidor de perfil mais arriscado: olho nos ativos de renda variável. Provavelmente este investidor já está na renda variável e comprou ativos bem baratos que vão valorizar. Vale começar a ficar mais seletivo na escolha dessa classe de produtos financeiros, ainda há muita oportunidade, diz Fortes, da Me Poupe!. Aos mais experientes, foco nos ativos cíclicos. As empresas que mais sofreram com os juros altos são as que têm mais chance de uma boa alavancada agora. A exceção é das que passaram e estão passando por recuperações judiciais, Americanas e Light, por exemplo. "A perspectiva é de subida do Ibovespa, principalmente dos setores que sofreram durante o período de alta da Selic, como o varejo e a construção civil", diz Gustavo Sá Fortes, especialista em renda fixa da Me Poupe! Simulação de onde investirA pedido do UOL, o analista da Toro Investimentos simulou uma alocação de carteira para cada tipo de investidor, levando em conta a nova taxa Selic. A simulação não representa uma indicação e, para melhores resultados, o melhor é ter um assessor. - Conservador
62% em renda fixa pós-fixada. Utilizar produtos como reserva de emergência. Por exemplo, Tesouro Selic, fundos passivos com prazo de resgate em D+0 e D+1 ou renda fixa bancária com liquidez diária. 10% em renda fixa atrelada à inflação. Escolher emissões bancárias com rentabilidade atrelada ao IPCA ou títulos públicos como Tesouro IPCA+. Alocar em títulos com vencimento mais curto ajuda a evitar uma maior oscilação. 28% em renda fixa prefixada. Utilizar títulos bancários com rentabilidade prefixada ou títulos públicos como Tesouro Prefixado. Aqui também não é recomendado alocar em períodos muito longos, devido a sensibilidade do preço nas marcações a mercado. - Moderado
28% em renda fixa pós-fixada. Pensar em ativos de alta liquidez, com o objetivo de uma composição de reserva de emergência. Por exemplo, Tesouro Selic, fundos passivos com prazo de resgate em D+0 e D+1 ou renda fixa bancária com liquidez diária. É um perfil que já aceita maiores riscos e, por isso, a alocação em títulos bancários pós-fixados com carência pode ser utilizada. 16% em renda fixa inflação. Escolher emissões bancárias com rentabilidade atrelada ao IPCA ou títulos públicos como Tesouro IPCA+. No perfil moderado, é recomendado alocar em vencimentos mais longos, por exemplo, um NTN-B 2035. 28% em renda fixa prefixada. Utilizar títulos bancários com rentabilidade prefixada ou títulos públicos como o Tesouro Prefixado. Títulos como a NTN-F 2029 ou 2033 são opções válidas. 28% em fundos multimercados. É uma opção para diversificar a carteira por possuírem uma gestão profissional que aloca os recursos em diversos tipos de investimentos. Mas atenção na volatilidade nesta classe de ativos. - Arrojado
10% em renda fixa pós-fixada. Pensar em ativos de alta liquidez com o objetivo de uma composição de reserva de emergência. O Tesouro Selic, fundos passivos com prazo de resgate em D+0 e D+1 ou renda fixa bancária com liquidez diária. Por exemplo, os títulos privados, CRI, CRA e debêntures pós-fixadas. 14% em renda fixa atrelada à inflação. Utilizar emissões privadas de renda fixa (CRI, CRA e debêntures) e títulos públicos (NTN-B). Por ser um perfil que aceita maiores riscos em busca de melhores retornos, os prazos de vencimentos podem ser longos. 22% em renda fixa prefixada. Escolher títulos bancários que possuem a rentabilidade prefixada ou títulos públicos como o Tesouro Prefixado. 14% em fundos multimercados. Diversificar os fundos, buscando aproveitar as oportunidades em FOFs e aplicar em cotas de outros fundos. 40% em renda variável. Após construir um portfólio com variedade de ativos em classes diferentes, é recomendado aplicar em ações, fundos imobiliários, ETFs, BDRs e fundos de investimentos em ações. A quantidade de ativos a ser colocado na carteira vai depender do financeiro disponível do investidor. |
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