Vinte anos atrás, o país acompanhou as buscas do advogado Ari Friedenbach pela filha, Liana, até que o desfecho brutal de seu desaparecimento foi descoberto. Ela e o namorado, Felipe Caffé, tinham sido sequestrados, torturados e assassinados quando acampavam em uma região isolada em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. Cinco pessoas foram detidas e condenadas pelos crimes. Só duas continuam presas. Uma delas é Roberto Aparecido Alves Cardoso, conhecido como Champinha. Menor de idade à época dos crimes, ele foi encaminhado à antiga Febem, onde ficou até os 21 anos por determinação judicial. Em maio de 2007, ele se tornou o primeiro interno da recém-criada UES (Unidade Experimental de Saúde), local altamente vigiado que parece uma prisão —mas não é. Trata-se de um equipamento único no país, destinado a egressos da Fundação Casa que cometeram atos infracionais graves, completaram a maioridade e possuem diagnóstico de transtorno de personalidade antissocial e laudos de alta periculosidade. Mas o atendimento médico é precário e o acesso aos prontuários é difícil até para os advogados. Atualmente, apenas quatro pessoas vivem ali, em uma espécie de limbo entre a saúde e o sistema penitenciário - Champinha, hoje com 36 anos, é uma delas. Nunca houve uma sentença que determinasse quanto tempo Champinha deveria permanecer por lá. "A criação da UES era algo totalmente do estado de exceção. Não há sustentação jurídica ou normativa para viabilizar aquele equipamento", diz a psicóloga e professora da PUC-SP Gabriela Gramkow. "Esse equipamento nunca poderia ter nascido. Ele não se sustenta em nenhum princípio de política de saúde mental", resume a pesquisadora. LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO UOL PRIME Reportagem de Maria Carolina Trevisan e fotos de Edson Lopes Jr., em colaboração para o TAB |
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