Olar! :) Como vai a vida por aí? 🧡 Depois de um longo hiato, aqui estou retomando esta newsletter querida, agora numa nova plataforma – migrei do MailChimp pra o Substack. Se o e-mail tiver chegado na sua aba de Spam ou Promoções, marca aí como confiável, porfa! :) Um dos caminhos mais eficazes pra ganhar dinheiro na internet é acreditar que você, seu estilo de vida ou seus conhecimentos são muito únicos e especiais, e vendê-los como tal. Melhor ainda se você transformar seu dia a dia numa novela, romantizar seu estilo de vida ou prometer entregar informações transformadoras e diferentes-de-tudo-já-visto-antes (mesmo num oceano de informações já tão abundantes que sentimos que estamos nos afogando). Não me entenda mal: acredito que todo mundo pode ter, sim, algo especial pra compartilhar, e aprendo demais com várias pessoas na internet. E é claro que o marketing é importante pra fazer com que as pessoas conheçam o que você oferece e entendam por que aquilo pode trazer valor pra vida delas. Trabalho com isso, inclusive. Mas em tempos de precarização do trabalho, glamourização do empreendedorismo e canibalização da vida offline pelas redes sociais, parece que pra minha geração e as seguintes é *necessário* mostrar o tempo inteiro uma vida incrível, um trabalho incrível, uma visão de mundo incrível. Sem descanso, porque “quem não é visto não é lembrado”. É claro: se as pessoas quiserem ter o que eu tenho, ou viver uma vida como a minha, eu ganho mais engajamento, mais influência, mais vendas. Ou simplesmente me sinto melhor comigo mesma (e, de quebra, contribuo um pouco com a fortuna de Zuckerberg). Muitas vezes isso é mesmo necessário pra pagar as contas, e nos permite viver dos nossos talentos de um jeito que não seria possível antes. São as regras do jogo, né? Mas esse jogo cobra um preço. Um dos efeitos colaterais dessa fórmula é que desde quem trabalha com isso a quem só usa redes sociais por prazer pode acabar esquecendo que uma vida que não seja traduzida virtualmente em termos de estética, entretenimento ou informação, e que não pareça tão interessante em termos de marketing, não deixa de ser interessante em termos de, bem, vida mesmo. Na sedução dos algoritmos (que, vale lembrar, são muito espertamente pensados pra nos manipular), é fácil acreditar mais do que nunca que a vida boa é a vida do outro – em especial daquele outro que cria storytelling com base em cada passo que dá, e talvez não lembre mais como é viver sem registrar. Como dizem meus conterrâneos da banda Eddie, a gente tá querendo a vida boa – boa como a vida de outras pessoas. Outras pessoas que também querem uma vida boa – boa como a vida de outras pessoas. Por aqui, tenho estado cada vez menos disposta a lidar com essa dinâmica rodinha-de-hamster das plataformas digitais e suas consequências negativas, e mais resistente à ideia de estar sempre “vivendo grandes aventuras” e trabalhando ao mesmo tempo. Não quero (mais) que minha vida inteira seja “conteúdo”, nem sinto que preciso estar com o laptop na praia pra viver intensamente. O desenho do café na lateral da xícara numa manhã preguiçosa, a musiquinha do metrô quando ando atrasada, o céu rosado numa tarde qualquer, Mariana Aydar dizendo pra deixar a zabumba e a sanfona trianglar durante um banho quentinho, o trabalho sem glamour que paga as contas da vida que eu gosto, a conquista de ir pra academia mais um dia mesmo que sem postar “tá pago”, o cheiro de lavanda que espirrei no sofá ontem e esqueci, o tempinho pra acolher o desabafo de uma amiga, aquela gaveta caótica finalmente organizada… Nada disso precisa ser instagramável pra ser importante ou bonito pra mim. Não sentir que preciso ser (ou parecer) extraordinária é uma delícia. Uma vida comum pode ser incrível, mesmo que não seja “embalada” assim. O que tem rolado por aquiLá no Instagram @janelasabertas, mostrei a viagem lindona que fiz em maio pelo Deserto do Atacama, Santiago e Valparaíso, no Chile. Salvei nos destaques, mas dessa vez deixei o conteúdo mais informativo só pra o blog. Quando estiver publicado, aviso aqui, mas se estiver planejando uma viagem pra o Chile já tem um bocado de conteúdo lá de viagens anteriores que fiz pra Santiago, Valpo e pra Região dos Lagos. Falando em blog, você encontra lá dicas fresquinhas de onde se hospedar em vários destinos, como Manaus, Alto Paraíso, São Jorge, Ilha Grande, Montevidéu, Colonia del Sacramento, Itacaré e Foz do Iguaçu, além de uma seleção de 11 hotéis sustentáveis incríveis em várias partes do Brasil. Também compartilhei minhas recomendações de o que fazer em Aracaju e refleti sobre as vantagens e desafios do nomadismo digital. Nos últimos tempos, participei de dois podcasts bem legais: conversei sobre Turismo Sustentável com os queridíssimos Fernanda e Tiago do Moradores do Mundo (do Instagram e blog Monday Feelings) e bati um papo gostoso com Gabi Albuquerque da Tempo para Você sobre liberdade, viagens e escolhas. Abri minhas janelas e viFalando em podcasts, amei os episódios do Moradores do Mundo sobre o Irã e a Geórgia, dois países que tão no topo da minha lista de desejos, e sobre a viagem de 6 meses que eles fizeram seguindo o caminho do Rio São Francisco, que tanto me encantou lá em Piranhas (AL). Duvido que você não fique morrendo de vontade de conhecer tudinho depois de escutar! Outro dos meus destinos dos sonhos é Cuba, e se for seu também, recomendo conferir o site Elas Viajam Sozinhas. Sua criadora, Lanna Sanches, passou um mês percorrendo o país e falou sobre como é viajar sozinha por lá, como funciona o transporte, como e onde se hospedar, pratos típicos, que moeda levar, como é o acesso à internet e muito mais. Veja todos os textos aqui ou vá primeiro neste guia rápido. "O que eu faço depois que sou mastigada por toda essa engrenagem e sobrou só o bagaço do que eu podia oferecer?". A pergunta é da “ex-creator” Luisa Clasen, que falou no podcast Boa Noite Internet sobre a escolha de reduzir o trabalho como produtora de conteúdo depois de chegar ao burnout e a culpa por ter a suposta carreira dos sonhos e não estar feliz. “Cheguei lá e não queria mais estar lá”. Seguro-viagem com MAIS descontoSe você tá planejando uma viagem pra o exterior, repito minha máxima de sempre: não vale a pena arriscar viajar sem seguro. A boa notícia é que meu cupom de 5% de desconto com a Seguros Promo, buscadora de seguro-viagem que eu uso há anos, aumentou pra 15%. É só colocar JANELASABERTAS15 na hora de fechar o carrinho – e você ganha mais 5% off se pagar por pix ou boleto. Expliquei como funciona aqui. (Em nome da transparência, esclareço que quando você faz o seguro pelo meu link, você não paga nada a mais e eu ganho uma comissãozinha pra manter meu trabalho de creator sem ter que vender minha vida nos Reels todos os dias, rs.) E por aí, o que tens visto de interessante? Responde o e-mail e me conta! 🧡 Um abracinho e boas viagens, Luísa Curtiu esta newsletter? Compartilhe-a com alguém que pode gostar também🧡 |
terça-feira, 13 de junho de 2023
Vidas comuns não vendem – mas são uma delícia também 🧡
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