A televisão brasileira festejou 70 anos de sua inauguração no último dia 18. A data foi lembrada por quase todos os canais sob a perspectiva da nostalgia e da autorreferência. Ou seja, os programas e reportagens comemorativos exploraram basicamente a saudade das próprias realizações das emissoras de TV.
Tudo bem. A comemoração é justa e merecida. Mas acho pouco. Num momento como o atual, em que o modelo de televisão está passando por uma transformação profunda, eu esperava alguma reflexão mais crítica.
Puxando a brasa para o UOL, gostaria de destacar alguns assuntos relativos ao presente e ao futuro da TV que o Splash procurou discutir nestas últimas duas semanas.
Numa reportagem, grandes nomes da mídia brasileira, como o presidente da Claro, o diretor de conteúdo da Globo e a diretora de produções originais da Netflix, apontaram nove tendências para os próximos anos da televisão. Uma outra, procurou entender como a TV pode se manter relevante para uma nova geração acostumada a consumir conteúdo na velocidade que deseja, quando deseja, da forma que deseja.
Diferentes personalidades expuseram as suas memórias da TV. Gente como Galvão Bueno, Suzana Vieira, Selton Mello, Tony Ramos, Lima Duarte, e Leo Batista, entre muitos outros.
Os novos hábitos mudaram a forma de assistir a novelas, lembrou o ator Ary Fontoura. A onda de reprises ajuda a enxergar como as novelas retratam os brasileiros e como os tempos mudaram em matérias de costumes.
O papel da Globo, líder de mercado desde a década de 1970, foi analisado sob diferentes ângulos. O professor Gabriel Priolli observou que a emissora "não é mais o umbigo do universo", o que é positivo. O colunista Ricardo Feltrin observou que a TV brasileira parou de criar há 20 anos e desde antão se dedica mais a copiar.
Nenhum gênero mudou tão pouco quanto o programa de auditório. Silvio Santos e Chacrinha influenciam, até hoje, a maior parte dos apresentadores. Já uma inovação no jornalismo policial, os vídeos feitos por agentes públicos, provoca discussões quentes. Por fim, é importante tentar entender por que os realities shows se tornaram um gênero tão importante na TV.
A diminuição do espaço dedicado à programação infantil, foi criticado por Cao Hamburger, criador do "Castelo Rá-Tim-Bum". E o espaço das mulheres no comando de atrações da TV foi discutido por diferentes apresentadoras.
Enfim, fica aqui esse aperitivo da cobertura com a sugestão de que não basta olhar para trás. É fundamental entender o que se passa no presente e olhar para a frente. Sempre. Um raio-X das finanças das principais emissoras de TV mostra que os desafios são enormes. 
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