O ex-presidente Jair Bolsonaro sempre foi um entusiasta da exploração de grafeno no Brasil. Em discurso na Câmara no longínquo ano de 2017, por exemplo, o então parlamentar federal já falava dos benefícios das baterias feitas com grafeno: "A produção de uma bateria de grafeno, que terá não só dimensões menores do que as que temos atualmente, das convencionais, como também poderá ser recarregada em poucos segundos".
Com o tempo, Jair Bolsonaro deixou de ser apenas entusiasta do material — inventado em 2004 pelos físicos Andrei Gejm e Konstantin Novosiol — e instituiu uma política pública, por meio do Ministério de Ciência e Tecnologia, para a exploração do grafeno, o Programa de Inovação em Grafeno (InovaGrafeno) em 2021.
Agora Bolsonaro se tornou empresário da exploração de grafeno. Em junho, ele e seu filho senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), abriram uma empresa para pesquisa, exploração e venda de produtos à base do material. Entre os produtos oferecidos estão itens para segurança pessoal, acessórios para motocicletas e armas.
A empresa, com capital social de 100 mil reais, também pretende incentivar e fazer pesquisas sobre material, obtido a partir da reordenação das moléculas do grafite para o formato hexagonal.
Quem são os sócios do clã Bolsonaro na exploração de grafeno?
O Antagonista obteve com exclusividade a cópia do contrato social desse novo empreendimento dos Bolsonaro – a Bravo Grafeno Tecnologia e Inovação LTDA, de nome social Bravo Grafeno. A companhia foi registrada na Junta Comercial do Distrito Federal em 11 de junho de 2024. Além de Jair e Flávio, aparecem como sócios na empreitada o assessor parlamentar de Flávio no Senado Fernando Nascimento Pessoa, o ex-candidato a deputado distrital pelo Podemos Pedro Leite e o empresário gaúcho e entusiasta das armas Maichel Chiste.
Pela constituição acionária, Flávio é o sócio majoritário, respondendo por 30% das ações; Jair e Maichel detêm 20% das ações cada e Fernando e Pedro Leite detêm, cada um, 15%. Apesar de Pedro ser o sócio minoritário do empreendimento, é ele quem vai administrar o negócio, segundo o contrato social.
Em nota oficial, Flávio disse que a decisão de criar a empresa "foi motivada pela convicção de que o grafeno representa uma revolução tecnológica, com grande potencial em vários segmentos".
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