Bom dia!
Jerome Powell fez o mercado financeiro virar suas apostas para a taxa de juros nos EUA para uma postura consideravelmente agressiva. Ontem, o presidente do BC americano afirmou que os dados de inflação do segundo trimestre adicionam alguma confiança de que é possível começar a cortar os juros nos Estados Unidos.
O panorama é o seguinte: há um consenso no mercado de que o juro cairá em setembro, com a maioria esmagadora apontando para uma redução de 0,25 p.p. – e alguns investidores com a aposta mais pesada em 0,50 p.p.
A novidade é que dobraram as projeções de que haverá um corte adicional na reunião de novembro, e ainda outra em dezembro. O que o consenso do mercado indica é que a "Selic" americana termiria o ano enre 4,50% e 4,75% – ou três cortes de 0,25 p.p. Essas apostas mudam dia a dia e podem ser acompanhadas aqui.
A queda mais robusta nos juros americanos era a porta aberta que o mercado financeiro precisava para voltar a mover dólares dos EUA para países em desenvolvimento, onde entra o Brasil. E dá para dizer que, de alguma forma, isso está acontecendo. Se o Ibovespa sobe 6,8% no acumulado de julho, isso é graças à volta do investidor estrangeiro para as ações locais. De janeiro a junho, eles retiraram recursos da B3. Em julho, o saldo é positivo em R$ 2,9 bilhões (o que ainda equivale a uma fuga de R$ 35 bilhões no acumulado do ano).
A reação do Ibovespa foi muito mais forte que a do câmbio, que continua na estratosfera. Ontem, o dólar avançou no mundo todo ante a expectativa de vantagem ainda maior de Donald Trump na corrida eleitoral americana. Aqui, ele fechou a R$ 5,44. No fundo, é o fator político falando mais alto do que os fundamentos que realmente importam (os juros).
De qualquer forma, a tendência segue positiva em Wall Street – e anima a Faria Lima. Os futuros americanos operam em alta, mesmo sinal do EWZ, que aponta a tendência para a bolsa brasileira.
Não se trata de um consenso global. Na Europa, as ações recuam após dados mais fracos do sentimento da indústria alemã, que caiu pela primeira vez em um ano. O resultado ruim foi atribuído a uma queda nas exportações combinado com a incerteza política na vizinha França. Para fechar, há ainda a queda do minério de ferro e do petróleo, sempre um risco para a B3. Bons negócios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário