Depois de um primeiro dia dominado pelas declarações do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a CPI da Covid ouve, a partir das 10h, o depoimento de seu sucessor no cargo, Nelson Teich. O oncologista iria depor inicialmente ontem, mas a data foi alterada também após outro ex-titular da pasta durante a pandemia, Eduardo Pazuello, alegar ter tido contato com duas pessoas que testaram positivo para covid. O general será ouvido em 19 de maio. Antes de ser questionado pelos senadores, Teich deverá fazer uma breve explanação sobre seu mandato de menos de um mês à frente da pasta. Minoria na CPI, os senadores governistas devem tentar minimizar o depoimento de Nelson Teich com base no pouco tempo que o médico ficou à frente da pasta. O depoimento de MandettaHoje crítico de Jair Bolsonaro (sem partido), Mandetta afirmou que o presidente contrariou orientações do Ministério da Saúde baseadas na ciência e adotou discurso negacionista que ajudaram na propagação da pandemia pelo país. Veja algumas de suas falas: A sensação que eu tinha é que eu era o mensageiro da má notícia. Sabe quando você dá as notícias que você tem que dar, eu acho que lealdade é isso, você não deixar a pessoa dizer 'olha, não fui assessorada, não foi explicado'. Acabou gerando mais distanciamento [entre Bolsonaro e eu]. * Esse ministro [Paulo] Guedes, era desonesto intelectualmente, uma coisa pequena, um homem pequeno para estar onde está. Ele não soube nem olhar para o calendário [de vacinação] para falar 'puxa, não tem vacina sendo comercializada no mundo...'. Eu só posso lamentar. O ministro da Economia não ajudou em nada, pelo contrário. Só ligava e falava 'já mandei o dinheiro, se virem, agora vamos tocar a economia. * Fui informado, após uma reunião, que era para subir para o terceiro andar porque tinha uma reunião de vários ministros e médicos. Vinham propor esse negócio de cloroquina que nunca eu havia conhecido, porque ele [Bolsonaro] tinha um assessoramento paralelo nesse dia. * Várias vezes, na reunião do Ministério [da Saúde], o filho do presidente, que é vereador no Rio de Janeiro [Carlos Bolsonaro (Republicanos)], estava sentado atrás, tomando as notas na reunião. Eles tinham constantemente reuniões com esses grupos dentro da presidência.
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