Olá, investidores. Hoje quero chamar sua atenção para uma dupla que nem sempre é muito parceira. Política e investimentos. Ou seria política X investimentos? Primeiro ponto e o mais importante de todos: não confunda suas preferências políticas com suas decisões de investimento. Enquanto investidor(a), você deve se guiar pela busca por retorno. A função do mercado (e a sua) é ir se ajustando às condições e entender os sinais corretos da economia. Você pode apoiar ou ser contra um político, mas precisa saber quais são os impactos das decisões desse político na economia e nos preços - e se ajustar a isso. Também é importante saber que você consegue entender e até antecipar as decisões políticas se aceitar o seguinte dogma: o único objetivo de um político é conquistar e permanecer no poder. Isso vale para ele e para o grupo político ao qual ele pertence. Vamos a um exemplo bastante atual. Para se reeleger, Jair Bolsonaro vai fazer o que achar necessário, independentemente das consequências econômicas de longo prazo. Isso coloca em grande risco os números fiscais. Por sua vez, Lula, para voltar à presidência, vai fazer o que achar necessário, independentemente do que ele falou no passado. Ele sabe que tem a esquerda com ele. Ele vai se posicionar como um candidato moderado, para evitar a criação de uma alternativa de centro. O que eles vão fazer depois de eleitos ainda é incerto. Nem eles sabem e não se importam. Não tente prever um futuro que ainda não existe. Historicamente, 20% dos candidatos eleitos não estavam no radar 18 meses antes da eleição. Não é uma amostra grande, mas é o único guia que temos. Diante desse cenário, você deve separar ruído (opinião) de informação. Quando ouvimos, assistimos ou lemos notícias e relatórios, temos que fazer um exercício contínuo para tentar separar os dados (informação) de opiniões (ruídos). Vou te dar um exemplo: a criação de emprego formal em abril foi de 120.935 (isso é um dado), abaixo das expectativas de 161.440 (isso é ruído). Nesta notícia, a informação é dada como se a realidade estivesse errada e não as expectativas. Para investir melhor, você deve entender que ruído não é viés. Ruído é diversificável. Viés, não. Viés seria olhar qualquer informação e fazer um ajuste individual para explicar a realidade. Nós nunca temos vieses. O desafio é tentar reconhecê-los e neutralizá-los nas nossas decisões de investimento. Outro ponto relevante: construa uma narrativa para o seu investimento. Não use essa regra para justificar múltiplas opções. Para ações, por exemplo, temos basicamente 3 narrativas possíveis: - Comprou por que está barato? Venda quando o preço subir ou quando perceber que não estava barato, que você apenas estava otimista com os resultados;
- Comprou porque vai valorizar no longo prazo, mas isso não está refletido no preço? Venda quando o ciclo de crescimento atingir o ápice ou quando perceber que estava otimista com expectativas de bons resultados;
- Comprou por um evento possível no futuro? Neste caso, venda depois que o fato acontecer ou quando perceber que o evento não vai acontecer mais.
Em resumo: esteja do lado certo da história. Além de um bom negócio, uma boa gestão e preço razoável, é muito importante estar ciente de que a empresa vai existir e provavelmente será maior daqui 10 anos. Sem isso, você sempre vai remar contra a corrente. Os ciclos importam muito. Por isso, preparem-se para o fim da festa nos próximos meses. Essa ideia vem de uma combinação de tudo que aconteceu com os mercados e preços desde 2009. E a festa termina para quem participou da festa. Isso serve de guia para que você pense melhor sobre o que evitar e como construir uma carteira sem que você precise prever o futuro, assumindo, assim, que o movimento mais relevante do mercado está se aproximando do clímax. Um abraço, |
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