A China é o segundo país do mundo que mais gasta com pesquisa, atrás apenas dos Estados Unidos. Mesmo assim, Pequim não comemora esse feito. O colunista Felipe Zmoginski, de Tilt, explicou o motivo em sua coluna nesta semana. Esperava-se que os boicotes e bloqueios às empresas chinesas de tecnlogia reduzissem o apetite desses companhias por investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). No entanto, os dados mostram que essas empresas seguem utilizando parte de suas receitas em inovações tecnológicas. Um estudo da União Europeia publicado neste final de ano apontou que a China, sozinha, responde por 17% dos investimentos em P&D no mundo. Isso pode ser explicado pelo avanço em duas áreas específicas consideradas estratégicas na disputa travada com os Estados Unidos: inteligência artificial e fabricação de processadores de arquitetura avançada. Em ambas, os americanos seguem com vantagem, mas ano a ano, a diferença para os chineses vem diminuindo. Esse esforço das empresas chinesas em investir em P&D se justifica, na opinião de muitos analistas, pelo cenário de rivalidade comercial. Em muitas áreas, como o mercado de semicondutores, seria mais barato simplesmente comprar itens prontos do exterior ou importar máquinas e equipamentos, em vez de tentar criar tecnologias próprias. Mas, as empresas chinesas optam pelo caminho mais difícil — e custoso— justamente por não se sentirem seguras de que poderão contar com parceiros comerciais e fornecedores no Ocidente. Isso traz um efeito benéfico, que é o de fomentar o desenvolvimento da indústria de tecnologia local. Por outro lado, o custo de operação das companhias chinesas fica mais elevado. Isso faz seus produtos serem menos competitivos, o que leva a um cenário de redução na velocidade do crescimento da economia chinesa. Se há duas décadas, falar em crescimento de 10% na China era algo razoável, agora, uma expansão de 6% do PIB já é dada como grande conquista. |
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