Países como Estados Unidos, China e os da União Europeia já entendem que a inteligência artificial (IA) será um ativo estratégico com impacto relevante nas disputas econômicas e geopolíticas das nações nas próximas décadas. Ao mesmo tempo, os governos desses lugares se esforçam para regulamentar a IA, temendo a ameaça que a tecnologia pode oferecer à estabilidade política e econômica de suas sociedades. Esse é o tema abordado pelo colunista Felipe Zmoginski, em Tilt, nesta semana. A União Europeia já prevê normas detalhadas que devem ser seguidas pelas empresas nacionais de IA. Claro que a implementação dessas medidas custa caro e, com isso, apesar de toda a proteção aos cidadãos, os países europeus acabam tendo mais dificuldade em concorrer com americanos e chineses. Os Estados Unidos possuem uma das legislações mais favoráveis à inovação no setor, com pouca ou nenhuma intervenção do Estado sobre os planos de suas corporações neste segmento. No entanto, o judiciário americano é muito protetivo dos direitos dos cidadãos locais o que, na prática, tem oferecido riscos elevados ao investimento em inteligência artificial. A China aprovou regras rígidas para o controle de suas empresas de inteligência artificial que, na prática, têm ficado apenas no papel. No dia a dia, se a empresa de IA se comporta de modo adequado, sem oferecer riscos à estabilidade política local, não é incomodada. Portanto, se por um lado a China não possui uma legislação tão favorável quanto a americana, por outro, seu ambiente de negócios é excelente. Seja porque há boa vontade da autoridade central, seja porque não há a ameaça de um Judiciário hostil. Como se sabe, a interpretação das leis e decisões do Poder Judiciário está constantemente em linha com o planejamento de Pequim. Ao final do dia, o ambiente regulatório chinês acaba por ser possivelmente o mais favorável entre todos à inovação em inteligência artificial. |
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