As milícias que dominam regiões da cidade do Rio de Janeiro deram mais uma mostra de poder na segunda-feira (23), ao incendiar pelo menos 35 ônibus em represália à morte de um miliciano -e colocaram o debate sobre segurança pública na cidade e no país de novo na berlinda. Ocorrida na Zona Oeste, a queima de veículos foi a maior da história da capital, segundo o sindicato das empresas de ônibus. O miliciano morto foi identificado como Matheus da Silva Rezende, o Teteu ou Faustão. Ele é sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, que integra a maior milícia da cidade. Carolina Brígido relata que o ministro da Justiça, Flávio Dino, defende a presença das Forças Armadas no Rio e já conversou com Lula sobre o tema. A ideia de Dino seria aproveitar os militares para ações planejadas, mas sem uma intervenção federal. O colunista Reinaldo Azevedo analisa que os ataques podem sim ser considerados terroristas, elenca as medidas anticrime já tomadas pelo atual governo e alerta para o risco de que a extrema direita, ao criticar a violência, "surfe" nos descalabros de uma situação que ela mesma ajudou a produzir. Já Josias de Souza critica o envio de forças federais à cena, no que elenca entre soluções "rápidas, simples e erradas" para um problema complexo, e vê o risco de o governador fluminense Cláudio Castro "arrastar" o presidente Lula para a crise da segurança pública no estado. E Leonardo Sakamoto viu na ação miliciana um "recado" para o governo estadual, mostrando quem realmente manda e tornando a população refém. Segundo ele, seria possível "estrangular" a milícia financeiramente com inteligência, mas isso significaria "bater de frente com interesses de políticos e policiais que atuam em parceria com esses grupos criminosos que foram elogiados até por um ex-presidente da República". Carolina Brígido: Flavio Dino defende Forças Armadas no Rio para ajudar a conter violência Reinaldo Azevedo: Ação terrorista, crime organizado e exploração vil na boca de um extremista Josias de Souza: Castro arrasta gestão Lula para fogueira da 'segurança' no Rio |
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