Olá, você, como vai? Nosso plano para esta newsletter era começar brincando com os estoques baixos de serotonina gastos em inúmeros blocos de Carnaval, mas não dá pra fazer muita piada, especialmente depois da maior tempestade já registrada no País. O temporal do fim de semana, que destruiu o litoral norte de São Paulo, deixou dezenas de mortos, feridos, pontos de destruição e alagamento em diversas cidades. A newsletter do TAB atrasou um dia por causa das festividades, mas estamos de volta, trazendo histórias das chuvas e dos Carnavais pelo país. Choveu e não parou mais Tragédia anunciada já no final de semana, o temporal de proporções bíblicas que caiu sobre o litoral norte de São Paulo no final de semana já soma ao menos 48 mortos e cerca de 57 desaparecidos. Ao todo, caíram 682 mm de chuva em Bertioga, 626 mm em São Sebastião, 337 mm em Ilhabela, 335 mm em Ubatuba e 234 mm em Caraguatatuba. A rodovia Rio-Santos foi parcialmente destruída. Comunidades ribeirinhas e condomínios ficaram isolados e ainda tem gente ilhada. Histórias não param de surgir de pessoas que perderam entes queridos e bens materiais durante a calamidade da enchente e dos deslizamentos. Na Barra do Sahy, ponto mais castigado, moradores e turistas ficaram incomunicáveis por causa da queda de torres de energia, da barreira e do sinal de internet. O repórter Mateus Araújo conversou com pessoas que estão ilhadas por causa das chuvas. Além disso, trouxemos também um relato da editora do UOL Tatiana Schibuola, que estava em Maresias (SP), sobre a falta de comunicação e informações. A maioria dos que estavam ali só soube da dimensão da tragédia na manhã de terça-feira (21). O repórter Rodrigo Bertolotto falou com moradores de Barra do Sahy preocupados com a vida de vizinhos e hóspedes e os estragos causados pela chuva. Um voluntário, que registra o movimento numa escola municipal usada de abrigo, conta que é preciso oferecer ajuda psicológica aos afetados pelos traumas recentes. "Tivemos até que medicar alguns que não conseguiram voltar a dormir." A repetição eternaAté as chuvas do último final de semana, a cidade de Petrópolis (RJ) era a cidade que havia registrado o maior temporal acumulado da história. Nos deslizamentos e enchentes de 2022 morreram 241 pessoas. Um ano depois, o repórter fotográfico Lucas Landau voltou a Petrópolis onde o que restou foi muito abandono e grama crescendo de forma desordenada nos pontos de deslizamento. Ele falou com sobreviventes e vítimas dos temporais que perderam companheiros, parentes, vizinhos e amigos. Apesar de tudo, CarnavalNossos repórteres e colaboradores trouxeram histórias das principais cidades do Brasil que pularam Carnaval nestes últimos quatro dias. No esquenta da festa, Yuri Eiras deu uma passadinha no Saara, no centro do Rio, santuário do comércio popular, que voltou a ferver de gente e calor ao longo de fevereiro, depois de dois anos sem festa por conta da pandemia. Haja glitter! Tudo tem uma primeira vez, né? Tereza Novaes foi registrar a primeira vez dos jovens da geração Z no carnaval carioca. No bloco "Senta que eu empurro", centenas de novinhos e novinhas se aglomeraram, sem celular, para pular, dançar e beber coisas... questionáveis. Em Olinda (PE), Mateus Araújo acompanhou a famosa "aparição" de Alceu Valença em seu casarão e conversou com ele durante a caminhada feita pelo cantor e compositor pernambucano, até o local de seu show, diante do olhar surpreso de foliões e ambulantes. Em Salvador, a colaboradora Luísa Carvalho contou como foi a saga de foliões baianos que decidiram pular seis dias de Carnaval sem parar. Já em São Paulo, Rodrigo Bertolotto acompanhou o desfile do "Grupo de Acesso de Bairros 3", promovido pela Uesp (União das Escolas de Samba Paulistanas). É o Carnaval mais secreto e tradicional de São Paulo. Pra fechar de vez, vale um momentinho pra entender a simbologia das coisas. Depois dos desfiles das escolas de samba, rolaram uma série de ataques de fanáticos religiosos contra algumas representações de escolas no Anhembi e na Sapucaí. Fizemos um texto vapt-vupt para explicar que não, o carnaval não é satanista e nem venera o diabo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário