O sucesso do ChatGPT não incomoda apenas as big techs americanas, como Google e Microsoft. Na China, as grandes empresas de tecnologia também estão abaladas pela ferramenta de inteligência artificial (IA) que chegou a 100 milhões de usuários em apenas 60 dias. Esse é o tema da coluna desta semana de Felipe Zmoginski, sempre antenado e bem informado sobre o universo chinês da tecnologia. A preocupação das empresas chinesas não é infundada: a IA sabichona também faz muito sucesso na China. Para se ter uma ideia, só no WeChat — o "Facebook" de lá —, as buscas pelo termo "ChatGPT" cresceram 515% na última semana, em comparação com o período anterior, superando 40 milhões de buscas. Assim como o Google, pelo menos três big techs chinesas já anunciaram versões próprias de ferramentas similares ao ChatGPT: - O Baidu, maior buscador da região, promete estrear em março o Ernie, serviço de inteligência artificial com maior precisão já criado por uma empresa chinesa;
- A NetEase, desenvolvedora de jogos e apps de entretenimento, afirmou que tem pronto um robô de IA para atuar como tutor em programas de educação online;
- Já o Alibaba, famoso pelo seu e-commerce, estreará avatares capazes de apresentar produtos em sessões de live commerce e interagir com consumidores de forma humanizada no próximo trimestre.
No entanto, há dúvidas se estas empresas estão em condições de desafiar a liderança americana em IA. Nos últimos anos, a China diminuía a diferença para os Estados Unidos em diversos segmentos da indústria tech, como pagamentos móveis, tecnologias para e-commerce e reconhecimento facial. Em contrapartida, os estadunidenses vêm tentando (e muitas vezes conseguindo) pôr freios nesse avanço chinês. Há a questão do limite do acesso da China a chips e semicondutores, a pressão para que talentos sino-americanos optassem pela cidadania estadunidense, abandonando a colaboração com empresas asiáticas, e os erros internos da China, que limitaram o acesso de suas big techs a financiamentos internacionais. Para Zmoginski, o ChatGPT é apenas um capítulo da longa disputa tecnológica que corporações americanas e chinesas devem travar na próxima década pela liderança em setores estratégicos da indústria de TI. **** CONFIRA TAMBÉM UOL CARROS DO FUTURO Toda quarta-feira, a newsletter UOL Carros do Futuro traz tendências e debates sobre as novas tecnologias da indústria automobilística. Nesta semana, a newsletter fala sobre o começo da operação do táxi da Amazon que funciona sem motorista. Quer se cadastrar e receber o boletim semanal? Clique aqui. |
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