Olá, investidor. A China divulgou alguns dados importantes sobre sua economia no último domingo (15), reforçando a perspectiva de que a política de tolerância zero com a covid-19 está custando caro ao país. A produção industrial chinesa recuou 2,9% em abril, reflexo do fechamento de inúmeras fábricas no país em meio aos lockdowns adotados em importantes centros industriais. Nos últimos 12 meses, a produção industrial acumula alta de 4%. O recuo da indústria chinesa é preocupante para a economia global como um todo, uma vez que a China atualmente fornece produtos e componentes que alimentam as cadeias globais de produção. Com a escassez desses produtos, existe o risco de agravamento do descasamento entre oferta e demanda ao redor do planeta, o que pode resultar em uma nova aceleração da inflação. Outro dado relevante divulgado no domingo foi a forte queda das vendas no varejo da China. Com as restrições, o mercado já projetava um recuo de 6,1% das vendas em abril, mas o dado veio surpreendentemente pior do que o esperado: o volume de vendas no varejo chinês caiu 11,1% no mês. Com a forte queda em abril, as vendas diminuíram 0,17% em comparação com o mesmo período de 2021. O enfraquecimento do varejo deve contribuir para a desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) chinês neste ano, que pode vir abaixo da meta de crescimento para o período. Por fim, com a indústria e o comércio enfraquecidos, a taxa de desemprego na China subiu de 5,8% para 6,1% da população. O aumento do desemprego entre a maior população do planeta também faz crescer a preocupação com a diminuição do consumo no país. Vale lembrar que a China importa uma série de produtos do Brasil, como grãos e carne, e caso a situação se agrave na segunda maior economia do planeta, as companhias brasileiras podem sofrer as consequências. Assim, tendo esses fatores em mente, as notícias negativas da China devem contaminar a Bolsa brasileira no pregão de hoje —resta saber qual será a dimensão desse impacto. Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Investimentos): informações sobre os resultados da CPFL Energia no primeiro trimestre de 2022, quando a companhia teve seu lucro impulsionado pelo aumento das tarifas de energia elétrica. Um abraço, Rafael Bevilacqua Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |
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