Já ouviu falar em pílula digital? Pois a farmacêutica Pfizer (sim, a mesma da vacina contra a covid-19) lançou uma pílula com chip. Seu primeiro uso será para o tratamento de epilepsia. Ela é descrita como um medicamento com um sensor que emite um sinal para avisar que foi ingerida. Segundo o colunista Ricardo Cavallini, de Tilt, apenas três minutos após a ingestão da pílula, um aplicativo no seu celular sabe que você tomou a medicação e avisa seu médico —ou, no caso de crianças e idosos, o responsável. Para funcionar, o paciente deve usar um pequeno aparelho na altura do estômago, colado com um adesivo em sua pele. Este aparelho emite um sinal e espera por uma resposta. A pílula contém um circuito que, ao ser ativado pelo ácido do estômago, passa a ser funcional e consegue responder dizendo que foi ingerida. É exatamente igual às etiquetas de estacionamento e pedágio que usamos em nossos carros. O adesivo, por sua vez, envia o sinal para o seu celular usando a tecnologia Bluetooth, que permite a transmissão de informação sem fio em distâncias curtas. O adesivo também pode ter sensores para medir outras coisas, como, por exemplo, quantos passos você dá e quanto tempo passa dormindo (tempo parado e deitado). No caso da Pfizer, o adesivo contém um dispositivo reutilizável com poucas funções, mas no futuro poderá ter outras já presentes em relógios inteligentes, como medir batimento cardíaco. A novidade, por enquanto, não é barata. Estamos falando de uma tecnologia que custaria de US$ 500 (cerca de R$ 2.400) nos EUA, com valores que chegariam a US$ 1.600 (cerca de R$ 7.800) para o consumidor. Outra crítica feita por Cavallini é ao timing de lançamento da pílula digital. Um dos boatos espalhados para desacreditar as vacinas contra covid-19 falava exatamente sobre isso: um chip na injeção. Claro que explicar para negacionistas é chover no molhado. Para quem acredita nas grandes conspirações, não adianta apontar fatos ou explicar a ciência. Mas com tanto negacionismo em relação à covid-19, a empresa deveria ter esperado mais tempo para lançar o produto. A busca pelo lucro pode inclusive prejudicar outras iniciativas da empresa, como a própria vacina. |
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