A Seara, empresa fundada em 1956 e que pertence ao grupo JBS desde 2013, terá uma nova marca a partir deste mês. Depois de 15 meses de trabalho junto com a agência global de design Dragon Rouge, a companhia apresenta sua nova identidade visual, com um foco maior na cor laranja, e que estará em todos os produtos da marca. Para entender o processo criativo e como as mudanças vão impactar o consumidor, o UOL Mídia e Marketing conversou com Tannia Fukuda Bruno, diretora de marketing de Seara. Confira: A Seara faz parte do grupo JBS há 10 anos —e é a primeira vez que a marca vai passar por uma grande atualização. Como foi a decisão por promover essas alterações neste momento? | Tannia Fukuda Bruno, diretora de marketing de Seara | Imagem: Divulgação |
Quando começamos a operar com a JBS, éramos a 4ª marca do mercado de frios, embutidos, congelados e alimentos em geral. Tínhamos uma imagem muito envelhecida junto ao consumidor. Assim, nossa primeira estratégia foi falar sobre qualidade. Parece algo muito básico, mas é essencial. Por incrível que pareça, esse é um mercado que tinha se desconectado desse assunto. Era mais glamouroso falar de outras coisas. Hoje, quando pego todas as categorias auditadas pela Nielsen, chegamos à liderança desse mercado nesse trabalho de 10 anos. Chegamos neste lugar porque trabalhamos em pesquisa, desenvolvimento, execução e em comunicação. Tudo isso consagra um momento super importante para a marca: investimos em comunicação, em inteligência, em tecnologia e inovação —mas, agora, precisávamos dar um novo passo na nossa identidade visual. A marca precisava desse 'refresh'. Algo que nos posicionasse para o futuro. E como foi essa construção? | Imagem: Reprodução |
A premissa básica da nova identidade é ter uma expansão do ícone, que chamamos de 'o sol de Seara'. Ele existe há mais de 30 anos, mas agora vai além da elipse vermelha da marca, para mostrar esse momento de expansão, de crescimento da empresa. O sol passa a ser heterogêneo, com vários raios, de diferentes tamanhos, que mostra um pouco da diversidade da marca, que fala com todos os públicos, com todas as faixas etárias, em todos os lugares. Outro movimento é oficializar nossa cor: antigamente, tínhamos um 'laranja amarelado' e agora passamos a adotar um laranja mais vibrante. Dentro do setor de alimentos, o laranja é uma cor que não estava muito presente. Como já éramos laranja desde 2016, resolvemos oficializar. E como essa mudança será comunicada ao público? São quase 400 SKUs (tipos de embalagens) com a novidade, não? Essa comunicação vai durar o ano inteiro de 2024. Começamos pelas embalagens porque elas talvez sejam o principal ponto de contato com o consumidor. É onde as pessoas mais têm acesso aos nossos produtos. Fizemos uma conta rápida e descobrimos que cerca de 7 milhões de pessoas consomem nossos produtos todos os dias. É muita coisa. Vamos mudar todo o ecossistema da marca: as lojas, os materiais de ponto de venda, os filmes publicitários, uniformes e até a frota de caminhões, que são quase 700 por todo o Brasil. É um projeto que vem com, mais ou menos, 700 mudanças de embalagens. E quais são os primeiros produtos com a nova cara que chegarão às gôndolas? Escolhemos a salsicha, um ícone e um clássico. Não tem produto mais democrático do que salsicha. O brasileiro coloca salsicha em tudo: do café da manhã até o jantar. É uma categoria que cresceu muito na pandemia, por ser indulgente e por caber em diversos tipos de prato, do macarrão ao cachorro-quente. A salsicha empodera o consumidor (risos). Fizemos uma ação no Big Brother Brasil onde falamos também sobre essas regionalizações que existem do próprio hot dog, que é uma receita clássica: tem gente que coloca duas salsichas, tem gente que coloca purê, farofa, couve e até carne seca (Nota da Redação: a marca patrocinou a prova do Líder na noite de ontem no reality show da Globo). A Seara também tem lançado produtos para um consumidor que se atenta mais à boa alimentação. Como trabalhar essa linha de inovação, em uma época que o consumidor quer desembolsar menos? Inovação é uma das frentes que impulsionamos muito desde que entramos na JBS. No ano passado, por exemplo, lançamos 30 novos SKUs. A ideia é que, todo ano, a gente traga essa renovação de portfólio. Hoje, temos 50% do time que se dedica a melhorar a qualidade dos produtos e outra metade que tem a ver com inovação: trazer coisas que o consumidor nem sabia que queria. Um exemplo é a lasanha, que possui uma bandeja que aquece por igual o produto. Também usamos a escuta ativa do consumidor: no ano passado, lançamos toda uma linha para acompanhar a Copa do Mundo. Essa inovação veio de uma conversa na rede social que surgiu a partir da participação da marca no BBB. As pessoas assistiam o programa e nos pediam muito nas redes sociais. Tocamos esse projeto e, em 6 meses, lançamos a linha de churrasco. Precisamos estar abertos nessa agenda de inovação, que atenda a demanda do consumidor. E essa demanda está cada vez mais rápida. Não dá para a gente esperar dentro de um processo tradicional, como eram nas grandes corporações. — Não deixe de lerIA no NYT O jornal norte-americano The New York Times terá uma equipe exclusiva que se dedicará à exploração do uso da inteligência artificia gerenativa. Zach Seward, contratado no mês passado como diretor editorial de Iniciativas de Inteligência Artificial, montará um time com engenheiros, designers e outros editores. O grupo WPP, por sua vez, anunciou que investirá quase US$ 320 milhões em inteligência artificial neste ano --no Brasil, o WPP atua com agências como AKQA, Ogilvy e VML Lá vem ele O SuperBowl, maior evento esportivo-publicitário do planeta, acontece no outro domingo, dia 11. Além da partida entre San Francisco 49ers e Kansas City Chiefs, a grande expectativa é ver quais das marcas se dá melhor nos intervalos. Alguns comerciais já foram apresentados: e a Fast Company selecionou 5 dos melhores até agora. Movimentações A dança das cadeiras continua movimentada nas empresas e agências de publicidade. Nesta semana, a Nivea anunciou que Ana Bógus, que comandava a operação da Alpargatas na América Latina, será sua nova presidente. Segundo a empresa, Ana chega ao cargo "para acelerar a companhia no mercado de cuidados pessoais, inovação e sustentabilidade". Entre as agências, duas movimentações valem destaque: Rafael Donato (ex-CCO da David Miami) volta ao Brasil para assumir a liderança da área de criação da Ogilvy Brasil. Já Agatha Kim será a nova diretora da área de estratégia da WMcCann. |
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