Bom dia!
Logo mais às 9h, o IBGE divulga o IPCA-15 de fevereiro. As estimativas de economistas apontam para uma aceleração dos preços a 0,82%, ante os 0,31% de janeiro. Isso levaria a inflação em 12 meses a 4,53%, acima dos 4,47% no fechado do primeiro mês do ano.
Parte dessa subida é um ajuste após a recomposição do ICMS sobre os preços dos combustíveis. Ainda assim, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem dito que a inflação de serviços está acima do que se esperava. O IPCA-15 funciona, então, como uma espécie de baliza para recalibrar as apostas sobre o que o BC está vendo para o futuro da inflação.
Antes do IPCA-15, o BC divulga o relatório Focus, com as estimativas de mercado para os principais indicadores, incluindo aí a inflação. Há semanas, as apostas estavam mais ou menos consolidadas em preços a 3,82% e Selic a 9% ao fim deste ano.
Ainda que a inflação seja o dado mais importante do dia por aqui, a verdade é que indicadores domésticos têm tido pouco efeito sobre a bolsa brasileira. Quem manda no mercado está lá fora.
Investidores estrangeiros ainda estão fascinados pelo fenômeno Nvidia e pelos recordes das bolsas globo afora. Estados Unidos, Europa e Japão estão muito próximos de suas máximas históricas. Isso tem levado a uma migração de recursos para esses mercados, levando a uma debandada do Brasil.
Acontece que o Ibovespa até não está tão distante assim do recorde nominal em reais: foi ali no final do ano, quando o Ibov bateu 134 mil pontos. O mesmo não é verdade para a cotação em dólar, cujo pico foi lá em 2008.
A força dos mercados desenvolvidos tem pesado sobre a B3 e sobre o câmbio. O dólar está fortalecido ante as demais moedas, e se reaproximou dos R$ 5 aqui, isso mesmo com dados robustos da balança de exportações brasileira. Sinal de que os investidores estrangeiros podem estar voltando com seus dólares para casa, em busca de um naco do otimismo exacerbado em Wall Street.
Isso enquanto o BC continua a cortar juros por aqui, reduzindo a diferença de ganho entre as taxas americanas e brasileiras. Daí por que os dados de inflação e uma eventual cautela maior com os cortes da Selic sejam tão importantes para a Faria Lima hoje. A próxima reunião do Copom, que pode reordenar estimativas, está distante – ocorre em 19 e 20 de março.
De qualquer forma, nesta manhã o Brasil se beneficia de um ambiente mais otimista. Futuros americanos começam em alta, mesma direção de Europa e Ásia. Na China, o CSI 300 voltou a subir mais de 1% e o minério teve um dia de recuperação, também com alta de mais de 1%.
O resultado é que o EWZ, nosso termômetro para o começo de dia do Ibovespa, avança 0,60% em Nova York.
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