Bom dia!
Não fosse o ano bissexto, o Ibovespa já teria cravado uma alta no segundo mês de 2024. Até o fechamento de ontem, a valorização é de 1,88%, com o índice acima da marca de 130 mil pontos. No mercado financeiro, porém, tudo é perspectiva. Primeiro que, no acumulado do ano, o índice cede 3%.
E, comparado às bolsas internacionais, o Ibov teve um desempenho anêmico em fevereiro. O S&P 500, por exemplo, tinha valorização acumulada de 4,62% até ontem. Há uma pressão clara dos estrangeiros, que já retiraram mais de R$ 18 bilhões da bolsa brasileira neste começo de ano.
O dinheiro no mundo está mais caro, uma cortesia das altas taxas de juros mundo afora. Numa espécie de contrassenso que já abordamos aqui na Abertura de Mercado, as bolsas globais têm batido recordes, impulsionadas majoritariamente pelas big techs O dinheiro precisa vir de algum lugar: acaba sobrando para o lado mais fraco dessa queda de braço, os países emergentes. Daí uma das razões para a retirada de recursos estrangeiros da B3.
Essa dinâmica ainda não tem data para acabar, mas nesta quinta os EUA ao menos devem dar uma pista. É que hoje sai o indicador de inflação PCE, o mais usado pelo Fed para guiar sua decisão de cortar ou não a "Selic" americana.
Nas apostas coletadas pela agência Bloomberg, o núcleo do PCE (medida que desconta preços voláteis, como comida e energia) deve ficar em 2,8% em janeiro, praticamente estável em relação aos 2,9% registrados nos 12 meses fechados em dezembro. Não só isso. Na leitura mensal, a expectativa é que os preços tenham subido de 0,2% para 0,4%.
Confirmadas as projeções, as apostas de que o Fed segurará os juros em 5,5% ao ano por mais tempo se solidificam. Não que hoje haja muita dúvida entre investidores. Nas apostas monitoradas pela ferramenta da CME FedWatch, investidores indicam que já esperam cortes apenas a partir de junho.
Enquanto isso, aqui no Brasil os indícios de queda da inflação persistem. O IGP-M, conhecido como "a inflação do aluguel", recuou 0,52% em fevereiro, de acordo com dados divulgados ontem pela FGV. Em 12 meses, o índice mostra deflação de 3,76%. O dado é importante porque ele mede também preços ao produtor, e ajuda a mostrar a tendência que o IPCA seguirá nos próximos meses.
Até que o PCE saia, investidores americanos ficam na retaguarda. Os futuros em Wall Street começam o dia em baixa, enquanto os sinais são mistos na Europa.
Na China, o CSI 300 subiu robustos 1,91% após o governo anunciar o banimento de um hedge fund que usava "high-frequency trading" para fazer apostas no mercado futuro. Essa é só mais uma das medidas do regime de Xi Jinping para tentar deter o derretimento das ações chinesas após as companhias terem perdido mais de US$ 7 trilhões em valor de mercado.
Bons negócios.
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