O número de pessoas se relacionando com Inteligência Artificial vem crescendo e isso implica em grandes riscos para quem se entrega nesse tipo de relacionamento. O perigo dos relacionamentos entre pessoas e IA é justamente o tema da coluna de Diogo Cortiz, em Tilt. Já existem diversos aplicativos lançados que permitem que as pessoas engajem conversas íntimas com chatbots. E o número de interessados nesse tipo de interação é cada vez maior por causa da solidão e dos desenvolvimento de ferramentas cada vez mais antropomorfizadas, que são treinadas para satisfazerem as vontades dos usuários. No entanto, esses aplicativos trazem risco aos usuários. E nem estamos levando em conta as consequências psicológicas e afetivas. A questão maior aqui são os problemas de privacidade e o possível uso manipulatório desse tipo de ferramenta. Um relatório recém-publicado por pesquisadores da Fundação Mozilla investigou os 11 aplicativos de acompanhantes de IA mais comuns. O estudo mostra que a maioria dos aplicativos de companhia por IA falham em checkups de privacidade e muitos não se responsabilizam pelas respostas de seus chats aos usuários. Inclusive, as empresas donas dos aplicativos escrevem nos termos de uso que não são responsáveis pelas conversas nem pelos efeitos que elas podem ter nas pessoas Chama a atenção que 90% dos aplicativos podem compartilhar ou vender os dados dos usuários. Apenas um aplicativo (EVA AI Chat Bot & Soulmate) tem uma política que veta esse tipo de ação. Os outros dizem que podem vender os dados para publicidade ou são omissos no assunto. Outro ponto de atenção é que mais da metade dos apps (54%) não deixam que os usuários apaguem seus dados. E estamos falando de dados extremamente sensíveis, que muitas vezes são as confissões mais íntimas das pessoas. Como se vê, um término abrupto de relacionamento não é um problema aqui, mas um date com uma IA traz riscos que talvez sejam bem maiores que a dor de um coração partido. |
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