O clima de eterna Black Friday das farmácias brasileiras, com remédios com mais de 50% de descontos o ano inteiro, é enganoso. Os preços cheios são inflados. E o desconto aplicado sobre eles, uma ficção. É como ganhar 50% de desconto sobre um preço que é o dobro do real. No final, não teve desconto nenhum. Veja, por exemplo, o remédio mais consumido no Brasil, a losartana, usada para controlar a pressão. - Em quatro das maiores redes do país, o preço cheio do genérico em agosto era idêntico: R$ 24,39.
- Mas todas ofereciam descontos, que variavam de 63% a 68%.
- Ao final, o produto saía por R$ 7,81 a R$ 9,05.
As farmácias não estão dando esse desconto de verdade, porque os R$ 24,39 não são o preço real. São, na verdade, uma simulação para atrair o cliente e, em alguns casos, forçar a entrega do CPF. Nenhum outro ramo da economia brasileira opera dessa forma. É uma exclusividade do setor farmacêutico, devido a uma distorção produzida por uma regra federal. Desde 2003, o preço máximo dos remédios no Brasil é tabelado por um órgão ligado à Anvisa, chamado Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). Foi uma recomendação da CPI dos Medicamentos, na Câmara dos Deputados, que investigou a cobrança de preços abusivos no final dos anos 1990. A ideia era baratear os remédios. Mas, vinte anos depois, a tabela da Cmed está muito acima da prática do mercado. LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO UOL PRIME E ENTENDA COMO FUNCIONA A POLÍTICA ENGANOSA DE DESCONTOS Reportagem de Amanda Rossi, do UOL |
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