| | Colin Farrell em 'Os Banshees de Inisherin', filme que rendeu ao ator a primeira indicação ao Oscar | Divulgação/20th Century Studios |
| | | | Chegou a hora de Colin Farrell ganhar um Oscar? | | Não é exagero dizer que Colin Farrell é um dos atores mais conhecidos de sua geração. No entanto, essa não foi uma trajetória simples: o astro alternou ótimos papéis com filmes em que claramente foi mal escalado. Para piorar, Farrell se envolveu em uma série de polêmicas. O resultado? Apesar de ser um ótimo intérprete, tendo vencido dois Globos de Ouro, o ator nunca havia sido indicado ao Oscar, o prêmio máximo do cinema. Até agora. Demorou, mas neste ano o irlandês finalmente entrou na corrida para a estatueta do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. A indicação na categoria de Melhor Ator veio por "Os Banshees de Inisherin", filme que estreia nesta semana nos cinemas - permitindo ao público brasileiro avaliar se a interpretação de Farrell merece um Oscar. Saiba mais sobre o longa-metragem a seguir. Agora, podemos dizer que a indicação veio no "ano errado". Depois de duas décadas como um dos grandes nomes de Hollywood, o ator vai ter que concorrer contra os favoritos Austin Butler, de "Elvis", e Brendan Fraser, de "A Baleia". Até mesmo Paul Mescal (por "Aftersun") e Bill Nighy ("Living") têm as suas chances. Curiosamente, assim como Farrell, todos os outros foram indicados ao Oscar pela primeira vez. Seja como for, o Na Sua Tela desta semana aproveita a deixa para relembrar os melhores filmes estrelados por Colin Farrell - todos disponíveis para assistir nas plataformas de streaming. Quer mais? Ok! Nesta semana ainda chegam aos cinemas o coreano "Operação Hunt", que é cheio de ação; e "Batem à Porta", novo terror psicológico do diretor M. Night Shyamalan ("Sexto Sentido"). | O que tem de novo? | OS BANSHEES DE INISHERIN | Brendan Gleeson e Colin Farrell estão indicados ao Oscar 2023 por seus papéis em 'Os Banshees de Inisherin' | Imagem: 20th Century Studios |
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- Onde: nos cinemas - clique aqui para comprar ingressos
- O que tem de bom: De certa forma, "Os Banshees de Inisherin" é aquele filme feito na medida para o Oscar - ou seja, dentro de um contexto histórico, com uma guerra como pano de fundo, e calcado em grandes atuações. Justamente por isso, o longa-metragem está indicado a nove estatuetas neste ano, incluindo Melhor Ator (Colin Farrell), Melhor Ator Coadjuvante (Brendan Gleeson e Barry Keoghan), Melhor Diretor (Martin McDonagh) e Melhor Filme. Só que a produção irlandesa é muito mais profunda do que esse papel de "isca" de votos para a Academia. "Banshees" conta a trajetória de dois amigos, Pádraic (Farrell) e Colm (Gleeson), que vivem em uma pequena ilha na costa da Irlanda durante a Guerra Civil que ocorreu logo após a independência do país. Um desentendimento entre ambos começa sem motivo aparente e, enquanto a história se move, é construído um relato sobre o distanciamento daqueles que eram próximos, levando a um profundo vazio, ao desespero e ao ódio. Tirando esse verniz de tragicomédia histórica, que tem um humor pontual e inteligente, existe uma metáfora não só sobre a guerra irlandesa, mas sobre todas as guerras e conflitos - daquela na Ucrânia ao que aconteceu no dia 8 de janeiro em Brasília.
- O que te faz sentir: vazio, solidão
- Extra direto do Splash: 5 motivos para assistir a 'Os Banshees de Inisherin', filme com Colin Farrell
- A opinião de Roberto Sadovski: "'Os Banshees of Inisherin' é construído como fábula. A ilha fictícia em que a história se desenvolve é recheada de personagens alegóricos cuja função dramática é alimentar o dilema dos protagonistas. Cada um é defendido por um ator em seu melhor momento, escolhidos a dedo e conduzidos com inspiração com McDonagh. Não é ao acaso que todos estão indicados ao Oscar." (leia a crítica completa)
BATEM À PORTA
| Dave Bautista, o Drax da Marvel Studios, é o rosto mais conhecido do elenco de 'Batem à Porta' | Imagem: Divulgação/Universal Pictures |
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- O que tem de bom: M. Night Shyamalan, de "Sexto Sentido", é um cineasta singular. Afinal, há aqueles que o amam, que o odeiam ou que odeiam amá-lo. O fato é que o diretor desenvolveu um estilo próprio, trazendo reviravoltas e grandes revelações no final de seus filmes. "Batem à Porta" não foge dessa fórmula, contando a história de Eric e Andrew (vividos por Jonathan Groff e Ben Aldridge), um casal que viaja para uma cabana isolada para relaxar e passar um tempo com a filha de oito anos, Wen (Kristen Cui). Lá eles encontram quatro pessoas misteriosas (Dave Bautista, Nikki Amuka-Bird, Abby Quinn e Rupert Grint), que fazem a revelação: é necessário que um dos homens tire a vida do outro para evitar o fim da vida na Terra. Assim começa um terror psicológico que nos faz questionar se tudo aquilo é um delírio dos captores ou a realidade. A alegoria criada por Shyamalan é carregada de boas intenções e o seu final surpreendente comoveria o público em 2021, mas, hoje, parece algo datado. Ainda assim, o cineasta continua sabendo como criar um clima opressor como ninguém, mesmo que neste filme ele esteja no modo automático.
- O que te faz sentir: tensão, dúvida
- A opinião de Roberto Sadovski: "É inegável a habilidade de Shyamalan em extrair o máximo de suspense de uma permissão tão tênue. O elenco superlativo ajuda a 'vender' o conceito, e não raro o filme levanta a dúvida se os visitantes são um quarteto de lunáticos ou se os desastres então mostrados na TV são de fato o prenúncio do apocalipse." (leia a crítica completa)
OPERAÇÃO HUNT | Lee Jung-jae, conhecido por 'Round 6', é o diretor e protagonista de 'Operação Hunt' | Imagem: Divulgação/Synapse Distribution |
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- Onde: nos cinemas
- O que tem de bom: Elevado ao sucesso global com "Round 6", Lee Jung-jae dirige o seu primeiro filme: "Operação Hunt". O longa traz o próprio Jung-jae e Jung Woo-sung ("Um Momento Para Recordar") como chefes de duas unidades de inteligência que precisam desmascarar um agente duplo infiltrado na organização, isso enquanto buscam evitar um atentado contra a vida do presidente da Coreia do Sul. Porém, tudo sai de controle quando um personagem começa a suspeitar que o outro é o infiltrado. Dessa forma, temos aquele roteiro que joga diversas pistas - verdadeiras e falsas - sobre quem seria o real vilão. A premissa é interessante, mas se perde na execução: o filme joga muitos elementos na tela, ficando difícil para o espectador compreender e acompanhar o desenrolar da trama. Ainda assim, as cenas de ação compensam o roteiro e a montagem problemáticos.
- O que te faz sentir: ameaça, confusão
| | | Colin Farrell recebe o Globo de Ouro por 'Os Banshees de Inisherin' | Reprodução/NBC |
| | | | Grandes filmes de Colin Farrell | Nascido em Dublin, na Irlanda, no ano de 1976, Colin James Farrell começou a atuar profissionalmente no final dos anos 1990. Em pouco tempo, ele passou a ser escalado para papéis em filmes americanos e, com cerca de 25 anos, já era uma estrela. A ascensão foi meteórica. Porém, ainda que muitas vezes elogiado por seu trabalho em cena, Farrell nunca havia conquistado uma indicação ao Oscar. Talvez porque ele e os responsáveis por sua carreira não possuam um dedo tão bom para escolher papéis: o irlandês acumula créditos como o sofrível "Artemis Fowl", o polêmico "Alexandre" e o esquecível remake de "O Vingador do Futuro". Fora isso, quando estava em seu ápice comercial, em meados dos anos 2000, teve que enfrentar a dependência química. Agora, quando tudo dá certo, Colin Farrell mostra que é um dos grandes de sua geração, entregando ótimas atuações. A seguir você encontra alguns desses filmes, que vão de sucessos de bilheteria a elogiadas produções independentes. MINORITY REPORT: A NOVA LEI | Tom Cruise e Colin Farrell se enfrentam em 'Minority Report' | Imagem: Divulgação/20th Century Studios |
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- Onde: UOL Play, Paramount+, Netflix
- O que tem de bom: Um dos primeiros papéis de destaque na carreira de Colin Farrell foi justamente ao lado de Tom Cruise em um filme dirigido por Steven Spielberg! Em "Minority Report: A Nova Lei" (2002), o famoso cineasta traz um enredo livremente baseado em um conto escrito pelo mestre da ficção científica Philip K Dick, com uma história sobre uma sociedade futurista onde é possível prever crimes antes que aconteçam. Cruise é um policial responsável por deter esses futuros criminosos, mas uma série de dilemas morais surgem. Afinal, se um delito ainda não foi cometido, ele é passível de punição? Mais: onde fica o nosso livre arbítrio? É nesse contexto no qual entra o personagem de Farrell, Danny, um agente do Departamento de Justiça que passa a investigar as falhas do programa "pré-crime".
- O que te faz sentir: incerteza, surpresa
POR UM FIO
| 'Por Um Fio' foi o primeiro grande voo solo de Colin Farrell | Imagem: Divulgação/20th Century Studios |
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- Onde: Star+
- O que tem de bom: Primeiro grande filme estrelado por Colin Farrell, que pode ser considerado um divisor de águas na carreira do ator. A premissa de "Por Um Fio" (2002) é relativamente simples: Stuart (Farrell), um relações públicas e "picareta" profissional, gosta de usar uma das últimas cabines telefônicas de Nova York para aprontar das suas - inclusive conversar com a amante (Katie Holmes) sem a esposa (Radha Mitchell) ficar sabendo. No entanto, um homem misterioso (Kiefer Sutherland) passa a ameaçar Stu caso ele não haja como o criminoso deseja. Assim começa um envolvente thriller psicológico que leva a assinatura do já falecido diretor Joel Schumacher (de "Batman & Robin"). Com um modesto orçamento de US$ 13 milhões, o longa-metragem pode ter os seus problemas, mas ajudou a deixar Farrell nos holofotes.
- O que te faz sentir: tensão, incerteza
NA MIRA DO CHEFE | Do mesmo diretor de 'Os Banshees de Inisherin', 'Na Mira do Chefe' junta comédia com ação | Imagem: Divulgação/Focus Features |
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- Onde: HBO Max
- O que tem de bom: Colin Farrell foi do céu ao inferno rapidamente. Escolhas erradas de papéis em filmes como "Miami Vice", "Demolidor" e "Alexandre" atrapalharam a ascensão do ator como astro de grandes bilheterias. Ao mesmo tempo, veio o fantasma da dependência do álcool e de analgésicos. Tudo começou a voltar aos trilhos com "Na Mira do Chefe" (2008), que é justamente a estreia de Martin McDonagh (o mesmo responsável por "Os Banshees of Inisherin") na direção de um longa-metragem. Aqui Farrell é Ray, um assassino profissional que vai ao lado de seu parceiro e mentor, Ken (Brendan Gleeson, também de "Banshees"), até Bruges para receber novas ordens. Na cidade belga, os dois navegam entre turistas, tiros e a surrealidade de um chefe irritado (Ralph Fiennes). Assim surge uma interessante mistura de comédia ácida com thriller de ação. O sucesso e os elogios da crítica foram tão grandes que fizeram Farrell vencer o Globo de Ouro de Melhor Ator, consolidando o seu nome no cinema independente.
- O que te faz sentir: galhofa, deboche
QUERO MATAR MEU CHEFE | Sim, esse é Colin Farrell em 'Quero Matar o Meu Chefe' | Imagem: Divulgação/Warner Bros. |
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- Onde: HBO Max
- O que tem de bom: Parece que Colin Farrell tem algo com chefes, né? Seja como for, o ator explorou ainda mais as veias humorísticas na comédia escrachada "Quero Matar Meu Chefe" (2011). No longa de Seth Gordon ("Cidade Perdida"), Farrell é um dos alvos - ao lado de Jennifer Aniston, Kevin Spacey e Donald Sutherland - de um grupo de funcionários irritados em busca de vingança contra os patrões abusivos. O personagem do irlândes faz humor a partir do exagero, em um papel que caiu como uma luva para ele. O elenco ainda conta com Jason Sudeikis, hoje queridinho do público pela série "Ted Lasso".
- O que te faz sentir: animação, malandragem
MISS JULIE
| Em 'Miss Julie', Colin Farrell sofre com as provocações de Jessica Chastain | Imagem: Divulgação/Imovision |
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- Onde: Reserva Imovision, Canais Prime Video
- O que tem de bom: Depois da ação, comédia e drama épico, Colin Farrell foi mostrar as suas capacidades no romance. "Miss Julie" (2014) adapta a peça de mesmo nome, trazendo Jessica Chastain no papel-título - uma jovem aristocrata inquieta que tenta seduzir o valete (Farrell) do pai. Não, não confunda o nome da função: não se trata de um manobrista, mas sim de um assistente pessoal, ou ajudante de ordens, dos abastados de então. A adaptação da diretora Liv Ullmann tem problemas, principalmente na interpretação da obra original, mas os protagonistas estão ótimos em cena.
- O que te faz sentir: provocação, inquietação
O LAGOSTA | 'O Lagosta' traz um humor peculiar - e interessante | Imagem: Divulgação/Sony Pictures |
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- Onde: UOL Play
- O que tem de bom: "O Lagosta" (2015) é um grande exemplo da consolidação da carreira de Colin Farrell a partir de meados da década de 2010, com o ator se tornando uma espécie de queridinho dos diretores do cinema independente. Aqui é a vez de Yorgos Lanthimos ("A Favorita"), que apresenta um futuro distópico no qual as pessoas solteiras são forçadas a ficar em um hotel por 45 dias para encontrarem um par - se falharem, serão transformadas em animais. A partir de uma premissa surreal, o cineasta grego apresenta uma interessante sátira do peso existencial das estruturas sociais, incluindo a obrigação de casar e formar uma família. Farrell está ótimo em cena, mais uma vez explorando a sua veia cômica, enquanto é acompanhado pela também ótima Rachel Weisz. Um daqueles filmes que surpreende pela originalidade.
- O que te faz sentir: rejeição, perseguição
O SACRIFÍCIO DO SERVO SAGRADO | Colin Farrell se vê obrigado a fazer uma dura escolha em 'O Sacrifício do Cervo Sagrado' | Imagem: Divulgação/Diamond Films |
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- Onde: HBO Max
- O que tem de bom: Colin Farrell e Lanthimos se reencontraram em uma produção mais grandiosa, "O Sacrifício do Cervo Sagrado" (2017). O terror psicológico é inspirado na tragédia grega de "Ifigénia em Áulide" e traz um cirurgião cardiovascular (Farrell), que leva Martin (Barry Keoghan) - um garoto de 16 anos cujo o pai morreu de forma misteriosa há alguns anos - para a convivência de sua própria família. Com essa ideia diferente começa um terror psicológico, no qual, aos poucos, vamos conhecendo as intenções do jovem. Além de Farrell e Keoghan ótimos em cena, o elenco estrelado ainda tem Nicole Kidman, Bill Camp e Alicia Silverstone.
- O que te faz sentir: recriminação, asco
O ESTRANHO QUE NÓS AMAMOS
| Colin Farrell é o centro da disputa de 'O Estranho Que Nós Amamos' | Imagem: Divulgação/Universal Pictures |
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- Onde: Telecine
- O que tem de bom: Colin Farrell é a peça central da trama de "O Estranho Que Nós Amamos" (2017), dirigido por Sofia Coppola ("Encontros e Desencontros") e baseado no livro de Thomas P. Cullinan, que rendeu uma outra adaptação em 1971. Na história, um soldado da União (Farrell) é ferido em meio a Guerra Civil Americana, buscando abrigo em uma escola para meninas na Virgínia. Lá ele passa a despertar ciúmes e traição entre as mulheres. Coppola, no entanto, acrescenta a sua própria visão ao suspense gótico, trazendo nuances que não existem na versão anterior - colocando o "estranho" como o personagem a ser explorado, em uma pegada feminista. Além de Farrell muito bem na função de homem-objeto, o elenco tem mais uma vez Nicole Kidman, agora acompanhada de Kirsten Dunst e Elle Fanning.
- O que te faz sentir: poder, fragilidade
BATMAN | Farrell está irreconhecível como o Pinguim de 'Batman' (2022) | Imagem: Divulgação/Warner Bros. |
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- Onde: HBO Max
- O que tem de bom: "Batman" (2022) apresenta a maior transformação visual na carreira de Colin Farrell: o irlandês está irreconhecível no papel do Pinguim, chefão do do submundo. O diretor Matt Reeves sabe muito bem explorar as várias camadas de atuação do ator, misturando ação e comédia. Em paralelo a isso, claro, temos a trajetória de Bruce Wayne (Robert Pattinson), um bilionário que perdeu os pais quando era criança e tenta canalizar a sua raiva para combater o crime enquanto induz o medo no coração dos criminosos, andando por aí vestido de Homem-Morcego. Uma série derivada, inspirada no Pinguim e também estrelada por Farrell, está em desenvolvimento para a HBO Max.
- O que te faz sentir: ameaça, surpresa
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