Neste marco dos 10 anos da sanção da Lei de Cotas (nº 12.711), que prevê a reserva de 50% das vagas das universidades e institutos federais de ensino superior a estudantes de escolas públicas (dentro dessa reserva, vagas a alunos de baixa renda, negros, indígenas e com deficiência), Nós Negros elenca alguns argumentos de quem defende a política de ação afirmativa. Confira! 1) Mais alunos de escolas públicas: entre 2012 e 2016, o ingresso desses estudantes cresceu de 55,4% para 63,3% nas instituições federais, enquanto o ingresso de negros e indígenas aumentou de 27,7% para 38,4%. 2) Mais mulheres negras estudando: segundo o IBGE, dos jovens que frequentavam educação superior em 2000, apenas 9,9% eram mulheres negras. Em 2019, o índice subiu para 26,3%. 3) Ascensão social: a ação afirmativa foi a porta de entrada na universidade para pessoas como Dona Graça, Gil do Vigor, Jeferson Tenório, Gabryele Moreira e tantas outras, que mudaram as realidades de suas famílias. 4) Reavaliação sobre meritocracia: ao debate sobre a ação afirmativa, somou-se o das condições sociais desiguais para se alcançar um lugar na universidade. "Que mérito é esse se as condições de concorrência não são iguais?", diz ao UOL a historiadora Lilia Schwarcz. 5) Inclusão não baixa o nível das universidades: análises mostram que o rendimento de cotistas na universidade não caiu. Segundo a professora Maria Hermínia, dados como esses a fizeram mudar de ideia e apoiar a ação afirmativa. 6) Intelectuais e pensadores negros no currículo acadêmico: ao UOL, Schwarcz também explicou que mudou o contexto de algumas de suas aulas: "Repensei toda a disciplina: introduzi autores como Lélia Gonzalez, Abdias Nascimento, Sueli Carneiro e Clóvis Moura". 7) Exemplo internacional: com a lei, o Brasil se juntou a outros países como Índia e EUA para interferir na desigualdade social por meio da educação. 8) Diversidade no mercado de trabalho: ex-cotistas têm se destacado profissionalmente em diversos campos de atuação como direito, literatura ou ciência. 9) Estímulo à educação: ao permitir o acesso de alunos com perfis diversos na universidade, as cotas possibilitaram que pessoas que nunca acharam ser possível estar nestes espaços também refletissem sobre a possibilidade de estar no ensino superior. *** IDENTIDADE... Aline Melo tinha 32 anos quando decidiu atualizar a autodeclaração de seu RG de parda para preta. Ela e outras mulheres contam a Universa como foi o processo para se reconhecerem como negras na fase adulta. *** SOBREVIVER NA FAVELA... Nas favelas, as redes sociais também dão voz ao ativista e empreendedor Raull Santiago. Morador do Complexo do Alemão, ele criou diversas iniciativas para mudar a realidade da comunidade em que vive. *** EXEMPLO NO CAMPO... O craque do Real Madrid, Vinícius Júnior, quer fazer um golaço fora dos campos também. Junto a uma equipe de cerca de 12 pessoas, ele quer mudar a educação pública brasileira por meio de uma tecnologia que une futebol e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). |
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