A reunião ministerial apontada pelo ex-ministro Sergio Moro como uma das provas de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal foi marcada por palavrões, briga entre ministros e críticas à China. O governo não deseja entregar a íntegra do vídeo do encontro ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A Advocacia-Geral da União pediu ao ministro Celso de Mello, relator do inquérito que apura as acusações de Moro, para enviar apenas a parte mencionada pelo ex-ministro em depoimento. A defesa de Moro rebateu, afirmando que cabe aos investigadores avaliar o conteúdo de forma integral. Celso de Mello ainda não proferiu decisão.
O que sabemos: autoridades presentes à reunião, no dia 22 de abril, confirmaram que Bolsonaro falou sobre a troca no comando da PF. Além do embate com Moro, o presidente proferiu muitos palavrões e estava de “péssimo humor”. Parte dos presentes criticou a China. E os ministros Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) tiveram uma discussão acalorada.
O que foi dito: o ministro Walter Braga Netto (Casa Civil) disse que as reuniões ministeriais tratam de “segurança nacional” e não são obrigatoriamente filmadas. A ala militar avalia que a publicação do vídeo passaria imagem de “desarmonia” entre integrantes do governo.
Por que isso importa: a discussão de uma nova ordem global pós-coronavírus recupera o legado da reconstrução após a guerra. Depois de 1945, surgiram os organismos multilaterais e os pacotes bilionários de estímulo ao crescimento. No Reino Unido, o nascimento do Estado de bem-estar social deu origem ao NHS, o sistema de saúde que inspirou o SUS no Brasil.
Olhando adiante: depois de cinco meses da atual crise, analistas avaliam a possibilidade de a recuperação focar em um sistema mais igualitário entre os países. Ao contrário do que ocorreu após o fim da Segunda Guerra, os EUA agora não devem assumir a liderança da reconstrução do mundo pós-pandemia, preveem especialistas.
Retrato local: a participação brasileira na Segunda Guerra vai além do envio de 450 pracinhas à Europa. Historiadores mostram, em coletânea, o impacto da presença dos EUA no Nordeste, onde todas as capitais receberam bases militares americanas.
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